
O mundo é só elogios ao filme da paquita marteluda etc e tal. Notas altíssimas são atribuidas por críticos que nunca leram um gibi do herói ou por fãs de longa data do Poderoso Thor. Resenhas corretas, por sinal. Antes que as marteletes rasguem o umbigo, vos digo-vos: não gostei de Thor, apesar da digníssima nota 8,5 que darei ao final da minha resenha. Acompanhe-me.
O que se espera de um filme sobre sujeito forte que só o diabo com uma marreta na mão? Impacto, vos digo. Impacto como o da foto abaixo...

Fiquemos com o belíssimo soco do queridão Mauricio Shogun Rua. Um diretor disposto a levar essa cena para os cinemas daria um super close no encontro entre o rosto atingido e a mão desferidora do golpe. Esse soco, em um filme, provavelmente soaria como um trovão. Compreende? Isto posto, como deveria ser, então, um filme de um cara que derruba os oponentes com um martelo?! Hein?! Hein?! Apenas vos digo-vos que não deveria ser como o filme dirigido por Kenneth Branagh.
Fiquei muito contrariado em alguns momentos do filme que ilustram bem o que estou dizendo. Na luta contra o Gort, no Novo México, Thor arremessa o Mjolnir contra o inimigo e o acerta tanto na ida quando na volta. Infelizmente, o diretor não foi capaz de fazer o público sentir o IMPACTO do golpe. O som causado pelo golpe deveria soar épico e o golpe deveria ter sido mostrado em detalhes. O recurso ideal para isso seria a banalizada câmera lenta? Talvez. Ou não. Quem sabe? Só sei que não gostei do que não vi e não ouvi.
Lembro-me das palavras dos senhores Changeboy e Búguima na saída do péssimo Exterminador do Futuro 3 sobre a luta entre o T-800 e a Terminatrix. Os dois disseram em uníssono que um filme do Superman deveria ter uma luta como digna pancadaria entre a robô com tetas e o robô com rugas. Reveja comigo, no replay:
É claro que não podemos atribuir o fracasso de Superman Returns [que eu adoro] pela falta de impacto nas cenas de luta, porque não teve cenas de luta... Mas posso reclamar da falta de uma martelada bem dada nos cornos do Gort no filme do Branagh.
Isto posto, posso justificar a nota 8,5? É claro que posso. Apesar de não entender porra nenhuma de porrada, Branagh tem um excelente domínio da arte de se conduzir atores. Se os demais ficaram surpresos com a boa atuação do ex-ator em atividade Anthony Hopkins, fiquei esputefato com o trabalho do semi desconhecido Chris Hemsworth. Quem esperava ver mais um Brandon Routh encabeçando um filme de super-heróis como eu, teve uma grata surpresa.
Outra qualidade destacável e que o distancia dos demais filmes produzidos pela Marvel é o roteiro. Sim, Thor tem história. Uma história simples, talvez medíocre, de fato, mas pelo menos é cativante. Dessa vez, o estúdio não contou as aventuras do riquinho que teve brinquedos roubados e resolveu pegar de volta na porrada. Dessa vez, a Marvel contou a história de um moleque arrogante que aprendeu da pior forma possível que precisa crescer e pagar pelas suas ações. E Branagh foi severo com o herói. Além do castigo do pai e da falsa morte de Odin, Thor precisou broxar na frente de todos para finalmente sentir-se um mortal.

Sim, senhores e senhora. A incapacidade do herói de empunhar o seu martelo, símbolo de seu orgulho e arrogância, foi, de fato, uma broxada. Melhor metáfora para a impotência em um filme de super-heróis, impossível. O homem foi atingido em seu sexo. Em sua hombridade, cabron, para então ressurgir revigorado como um verdadeiro super-herói. Thor precisou descobrir seu calcanhar de Aquiles — sua vaidade — para aprender a ser homem.
Kenneth Branagh sabe tudo sobre contar uma história e conduzir atores, mas se o assunto é ser casca-grossa, creio que Kenneth Branagh não manja porra nenhuma do bom e velho cinema brucutu. E um filme do DEUS DO TROVÃO pede um bom equilíbrio entre a boa história, a elegância de um reino baseado na mitologia nórdica e o cinema brucutu. Sem mais.
Nota 8,5 pelo conjunto da obra.
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