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A Gente Vimos: Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge

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Ok, nerdaiada maldita… Depois de ver vários sites abalizados e críticos cinematográficos tecendo comentários e mais comentários acerca de como esse filme fechava com chave de ouro a Trilogia de Christopher Nolan para o Bátema, encaramos uma pré-estréia na madruga só pra vermos qualé a da bagaça!

Pois bem, vamos dizer que Nolan novamente nos presenteou com um puta filme, e realmente fecha a trilogia sem deméritos.

A história do filme é até deveras simples, temos uma Gotham forjada sob a égide de uma nova lei chamada “Lei Dent”, que simplesmente transformou Gotham numa cidade praticamente livre de crimes, e isso foi um dos motivos do Batman ter se afastado de sua luta solitária contra o crime.

Mas essa lei foi criada e fomentada em cima de uma mentira, que preservava a imagem de “Cavaleiro Branco” de Dent e escondia de todos o perfil criminoso e psicótico do Duas-Caras (visto no filme anterior). Levando o Comissário Gordon a conviver com essa mentira e e sentir mal durante anos.

Aí de repente o Bane aparece, supostamente liderando a Liga das Sombras e de modo muito brutal está imbuído de concluir o plano original de R’as Al Gul, de destruir Gotham. E à partir daí vemos Bruce Wayne retornando ao manto do Morcego para combater o Bane e restituir a ordem na sua cidade.

Sem Cortismos, vamos dizer que a história do filme faz algumas referências diretas a HQs clássicas do herói (como a frase “Você vai assistir a um Show Garoto” retirada do crááássico Cavaleiro das Trevas de Frank Miller ou a abordagem do Bane muito similar a do Líder Mutante) mas na verdade o filme emula uma espécie de “A Queda de Murdock” pro Sr. Wayne, com o plano da Liga das Sombras atacando pontos chaves para minar os recursos de Bruce Wayne (sua fortuna, suas empresas) e consequentemente destruí-lo, privando-o de algo que praticamente manteve Bruce Wayne vivo até hoje, o sentimento de proteger Gotham do crime que vitimou seus pais.

As atuações estão muito boas, Christian Bale tem finalmente a oportunidade de desenvolver o foco emocional do seu personagem, e faz isso muito bem, destaque pros diálogos que tem com Alfred, todos com um grande montante de carga dramática e que nos contam muito sobre como está estruturada a relação fraterna de ambos.

Michael Caine arrebentou, e apesar de sumir durante boa parte do filme, desempenha um papel muito importante na trama… Anne Hattaway conseguiu dar consistência à sua persopnagem (que em momento algum é chamada de Mulher-Gato), ela é sexy, dissimulada e completamente cativante, apesar de que isso, na minha opinião, não seria suficiente pra fazer o Batman confiar nela de um modo tão fácil quanto o filme mostra (ainda mais depois de uma de suas atitudes ter sido responsável pelo arregaçamento do Bátema).

Gary Oldman também está muito bem, interpretando um cara que por anos ajudou a uma grande mentira ser levada á público e que nunca esteve confortável com isso, e que depois de anos tem a oportunidade de se redimir disso… Joseph Gordon-Lewitt é a integridade em pessoa, um órfão que se torna policial, criado numa instituição bancada pela Fundação Wayne, ele demonstra uma capacidade de dedução das coisas que deve incomodar alguns espectadores (principalmente quando ele deduz que Bruce Wayne é o Bátema).

No núcleo vilanesco do filme, Tom Hardy realmente segurou as pontas como Bane, e o personagem tão vazio das HQs realmente parecia ganhar um ótimo background no filme, Marion Cotillard é a peça mais problemática nessa estrutura toda, além da atriz não ter uma interpretação lá muito boa, em nenhum momento ela te convence de suas atitudes, além de estabelecer uma relação de confiança/amor com Bruce Wayne altamente rápida e improvável pra um cara como o Bátema…

Mas ela ainda é a responsável pela grande reviravolta da história, mas que não surpreende ninguém que conheça as HQs do Bátema que envolvam R’as e Talia Al Gul ou que tenha visto meia dúzia das fotos divulgadas do filme.

O filme desenvolve muito bem a maioria dos personagens, e Nolan mais uma vez não deixa ponta solta quando o assunto é fazer o público entender exatamente o que ele está querendo dizer

A característica didática do cineasta chega até a incomodar algumas vezes, com a quantidade de repetições e roforços para que você capte e fixe a idéia que está sendo passada na tela, como nas histórias de Chris Claremont, onde o balão de recordatório explicava com palavras o que você já estava vendo no desenho, o filme de Nolan também faz isso, explica com falas, imagens, narrações e também flashbacks tudo o que é relevante pra trama, algumas vezes até desnecessariamente.

O filme obviamente tem seus defeitinhos, algumas incongruências na história e algumas situações forçadas,(como a misteriosa cura da lesão na coluna do Batman) mas nada que desabone tanto assim o filme.

A ação também está mais presente, e temos sim lutas melhores do que nos filmes anteriores, mas nada tão mirabolante, as lutas são mais brutais e reais, sem coreografias muito elaboradas, mas não temos as câmeras tremidas dessa vez. Outro ponto alto são as cenas de perseguição, com a presença do novo brinquedinho do Bátema, a nave chamada “The Bat”, a primeira aparição dela em ação é muito boa (quando o Batman engana toda a força policial de Gotham) e a perseguição dos mísseis, no final do filme também foi empolgante.

Agora vamos falar do que não me agradou muito no filme e que obóviamente vai carregar nos SPOILERS… Bem, durante o tempo todo somos levados a crer que o Bane era um cara fodão, inteligente e que tinha realmente dado um nó tático no Batman, minando o terreno da Morcega, e levando adiante as idéias de R’as Al Gul… Mas se a cidade já estava livre da criminalidade, porque Bane queria destruí-la?

A resposta é que o plano do Bane não era o plano do Bane, sacam? ele era apenas um pau mandado de Talia Al Gul, que queria na verdade destruir o Bátema por vingança, por ele ter matado seu pai, e queria fazê-lo sofrer do pior modo, vendo a única coisa com que ele se importa (a cidade de Gotham) sucumbir em meio ao caos.

Isso acabou tirando completamente o mérito e a excelente contrução do perfil do Bane, que no final do filme se mostrou um personagem tão vazio quanto sua contraparte das HQs, o que leva a ele ter um fim tão vazio e sem importância no filme também…

Volto a bater na tecla do didatismo de Nolan, o final do filme é cheio de cenas que devem agradar em cheio o espectador imediatista e que tem preguiça de pensar, pois vamos tudo de modo bem literal e sem margens pra dúvidas quanto ao destino de Bruce Wayne e o futuro do Batman… Se você ficou bravo com o peão que naõ revelou o final verdadeiro de A Origem, você não terá o que reclamar de o Cavaleiro das Trevas Ressurge.

Saldo final do filme? Nolan nos entregou uma grande aventura, mas ainda um pouco aquém do filme anterior, talvez pelos excessos de explicações, talvez pelo carisma menor dos vilões, mas dentro de uma escala de pontos na sua própria franquia o Cavaleiro das Trevas Ressurge é muito mais um “filme de herói” do que seu antecessor, e consequentemente é um pouco menos um “filme FILME” também.

Nota: 9,5

Perguntas pra quem viu o filme:

-Quanto tempo dura um mandato de Prefeito em Gotham?

-1:30 min em Gotham dá tempo pra você conversar, beijar uma gata, conversar de novo, entregar sua identidade secreta e ainda voar uns 50km? AHEUAEHAUEHAAHEUHAE



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