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Nós Vimos: Manda-Chuva - O Filme

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No dia da criança assisti no Cinema um longa-metragem em 3D com uma história nova de um dos clássicos da minha infância... Manda-Chuva. Mas, valeu a pena?


Não sei se vocês sabem, mas no México o desenho do Manda-Chuva (Top Cat no original inglês e Don Gato pros nossos hermanos) fazia o maior sucesso. Daí não é de estranhar que eles tenham conseguido os direitos ou algum tipo de licença junto a Hanna-Barbera para a co-produção deste filme com a Argentina.

Se você é de Marte e não conhece o Manda-Chuva, ele é um gato malandro que vive num beco sobrevivendo somente de sua esperteza e de pequenos golpes que aplicava ao lado de seus amigos, Batatinha, Chuchu, Bacana, Espeto e Gênio. Golpes dos quais a maior vítima acabava sendo sempre o honesto Guarda Belo, que apesar de ser o antagonista, no fundo, no fundo adorava as confusões daquela turma do Manda-Chuva... que de vez em quando também fazia umas participações na Arca do Zé Colméia, no entanto, isso é outra história.

O filme, dirigido por Alberto Mar (que faz a série animada do Chaves), começa como mais um episódio do desenho. Com Manda-Chuva e amigos tentando aplicar um golpe para roubar o rubi de um marajá que visitava a cidade e distribuía os tais rubis como brindes (o que tornava o golpe como a maioria vista nos desenhos clássicos tão inútil quanto ingênuo), enquanto o Guarda Belo tentava detê-los. Ao mesmo tempo, a turma acaba conhecendo Lucas Boa-Pinta, milionário tão feio quanto vaidoso e fanático por tecnologia.

Numa reviravolta não muito engenhosa (aliás, engenhosidade é que mais faz falta a história inteira) Lucas ressurge como o novo chefe de polícia, rebaixa o Guarda Belo e instala na cidade um esquema de segurança envolvendo câmeras e robôs que vai logo logo tomando a liberdade de todos. Antes de chegar a isso, porém, ele se aproveita de sua posição e consegue se vingar de Manda-Chuva, armando uma cilada e colocando todos os amigos contra o protagonista.



Bom, pra começar o 3D desse filme é bem tosquinho. Concordo com o James Cameron quando ele afirmou que muita gente não saberia utilizar o 3D. Passou um trailer do Happy Feet 2 antes do longa-metragem começar, cujas cenas em 3D são melhores que todas as de Manda-Chuva - Filme feitas assim.

Aliás, esse negócio da tecnologia é a grande problemática aqui. Tudo na trama gira em torno disso, de como a tecnologia está presente e modificando a vida ao nosso redor. Nota-se isso claramente quando Belo vai atende seu velho telefone vermelho no poste do beco e, ao ver que não funciona, saca um moderno celular.

O negócio é que Manda-Chuva é um malandro a moda antiga, um Zé Carioca da Hanna-Barbera, o que diabos ele tá fazendo numa trama de ficção científica dessas? Se a intenção era trabalhar em cima desse contraste, a história deixou a desejar. A trama daquela antigo longa-metragem da turma (produzido pela própria Hanna-Barbera) aonde Batatinha recebia a herança de uma velha senhora milionária não era nenhuma obra-prima, mas era bem mais interessante que o enredo apresentado aqui.

E o tal do Lucas Boa-Pinta é o mais clichê dos vilões. Ele não segura um filme sozinho. Quem mandou muito bem foi o dublador dele, Fabio Villalonga, que pelo menos torna o personagem mais interessante. Aliás, palmas pra dublagem.

Hermes Barolli conseguiu o que muita gente achava impossível: segurou muito bem a barra de dublar o Manda-Chuva, imortalizado no nosso país pela voz do grande Lima Duarte, que não é insubstituível, porém, sem dúvida é inesquecível. Assim como Elcio Sodré e Antônio Moreno também estiveram bem interpretando respectivamente Batatinha e Guarda Belo, que antes eram feitos pelo mesmo cara, o versátil Gastão Renné. Mas curioso mesmo é que eu nunca imaginaria o Seiya e o Shiryu como Manda-Chuva e Batatinha.



Enfim, além do carisma dos dubladores, salvam-se no filme algumas boas gags de humor. Quase todas no início da história que vai ficando arrastada e previsível ao longo da narrativa, exceto por algumas boas sacadas, como o protagonista indo parar na Penitenciária de Cães. Também vale salientar o respeito pelos personagens, o que significa que Espeto continuou com seu clássico sotaque nordestino na versão brasileira.

No mais, não tem nada de terrível em Manda-Chuva - O Filme que te impeça de assistir, mas também não há nada que te prenda até o final nem que te leve um dia querer rever.

Nota: 6,0

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