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Simpsons: o adeus tardio, porém necessário

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Os Simpsons outrora era conhecido por ser um dos primeiros desenhos animados com humor ácido para adultos, porém, com o tempo, seu humor crítico foi sendo "roubado" por outros (South Park, Uma Família da Pesada e até mesmo Futurama - outra criação do pai dos Simpsons, Matt Groening). Isso não impediu a famosa Família Amarela de continuar no topo da TV, conquistando inclusive o recorde de programa televisivo com maior durabilidade.

Contudo, nada é para sempre! E um dia, Simpsons (que atualmente se encontra na 23ª temporada nos Estados Unidos) acabaria... Quem diria que seria agora?



O mais impressionante (e o que fez este falecido MdM a sair do limbo para comentar) é que o futuro cancelamento da série não é pelo fato do esgotamento de ideias ou temas. Não. A razão é aquela que motiva todos nós a sair da cama e encarar a labuta: dinheiro. Com a crise atual no país, a Fox declarou oficialmente que não poderia arcar com as mesmas despesas de antes para continuar produzindo Os Simpsons e que por isso, tanto produtores, quanto dubladores, teriam que aceitar um corte salarial deveras representativo (cerca de 50%).

Os produtores aceitaram. Os dubladores não. Os donos das vozes dos famosos personagens recebiam a bagatela de 440 mil dólares e não aceitaram o corte salarial que os fariam ganhar 250 mil. Eles ainda propuseram receberem "apenas" 300 mil, mas o estúdio rejeitou a oferta.

Se as partes não entrarem em um acordo, a 23ª temporada será a última. Caso tudo fique numa nice, será produzida apenas mais uma, a 24ª, para ser considerada oficialmente a última temporada de Os Simpsons.



Bem, desde a época que o MdM era um blog tosco (tá! Isso não mudou muita coisa), eu e o Change debatíamos sobre a qualidade dos Simpsons ao logo dos anos: eu dizia que a série já havia perdido o encanto desde sua décima temporada e que precisava terminar o mais rápido possível, enquanto o meu caro amigo insistia que o desenho era um clássico moderno e que ainda havia muito a ser explorado.

Mas, hoje, anos depois, com novas responsabilidades, conhecimentos e outras perspectivas, torço muito para uma nova temporada. Não. Não voltei a achar Simpsons engraçados. E confesso que suas duas últimas temporadas causaram um constrangimento semelhante ao de ver sua avó dançando bêbada em festa familiar.



A questão aqui é outra: ter sua merecida despedida. O desenho que pertence à cultura mundial há mais de duas décadas merece um final digno. Merece que o criador, junto com roteiristas, produtores e dubladores, diga: vamos fazer desta última temporada, algo para entrar na memória. Algo que valha a pena. Algo que emocione. E não mais um desenho de 22 minutos mais anunciantes.

Eu quero ver o brilho de volta. Quero episódios que queiram me emocionar, com a Lisa. Quero rir com o Homer. Quero me identificar com Bart. Eu quero ver - como o guerreiro em seu último combate - todas as forças concentradas em um último e derradeiro ataque. Eles conseguem.

É o que eu falei no título, leitores. Despedida tardia, mas merecida. Todos nós merecemos.

Adeus! Nos vemos pela estradas da internet.

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