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A Gente vimos: Dredd

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Com aquela coisa tosca na cabeça, qualquer nerd vai ver Dredd, que estréia hoje, sem muita expectativa. O que é ótimo. A produção dirigida com competência por Pete Travis é o típico filme despretensioso que arrebata (sempre quis escrever isso) logo nos primeiros minutos. Tive a oportunidade de ver na semana passada em uma cabine da Paris Filmes, com outros blogueiros e fãs da franquia.

Em um futuro pós-apocalíptico, você já sabe: não há tempo da justiça seguir o ritmo moroso da nossa realidade, então é tudo feito por autoridades que agem como juízes, júri e executores da lei. O melhor deles se chama Dredd (Karl Urban), que recebe a incubência de treinar a novata Anderson (Olivia Thirlby). Logo de estréia, eles ficam presos em um enorme condomínio dominada pela gang de Ma-Ma.

De longe, a direção de Travis é o ponto forte da produção e a grande responsável pelo filme. Para começar, o diretor não cometeu o erro de pegar o bom roteiro de Alex Garland e transformá-lo em uma discussão cinematográfica do sistema, algo que quase todo filme do tipo acaba caindo. Dredd é uma espécie de Tropa de Elite mais raso, com mais ação e nenhuma profundidade. Divertido e honesto até a última bala.

Entre seus acertos está o uso correto e ponderado do slow-motion, com um motivo bem adequado e sem cansar o espectador. Espero mesmo que Zack Snyder assista e aprenda alguma coisa (especialmente na última cena em que Ma-Ma aparece). As cenas de ação são realistas e podem decepcionar a galera acostumada com as explosões de Michael Bay, mas são bem feitas. Só há algum exagero no uso de computação gráfica em algumas cenas de tiro.

Urban tem um papel que não empolga nenhum ator. Seu rosto não aparece em nenhum momento (o que gerou um enorme alívio na sala), Dredd é um personagem com tão poucas facetas que qualquer Stallone (opa!) poderia interpretá-lo. O que chama atenção no ator é convencer que é o cara certo com sua voz, gerando uma pá de possíveis memes a cada diálogo. Apenas com isso, o alter ego do herói topou ser um veículo para um grande filme ao invés de tentar aparecer mais do que o personagem. Palmas.

Para compensar a bidimensionalidade do protagonista, entra em cena Anderson. A agente de Olivia é quem atrai a simpatia do espectador e “quebra” o jeitão linear do seu parceiro. A atriz convence no papel em um desempenho regular. Melhor ainda é Lena Headey (a Sarah Connor da bacaninha Sarah Connor Chronicles), quase irreconhecível como a fria Ma-Ma.

Nas ruas sujas e frias de Mega City, cada um que ver Dredd pode até reconhecer um pedacinho da nossa falta de humanidade e do mundo em que vivemos. Mas é mais fácil que todos se divirtam com um herói irrefreável e impiedoso, no melhor estilo Velho Oeste. Não deixe de ver e apagar de vez a última vez em que adaptaram o personagem nos cinemas.

Nota: 9

Bugman is tha law



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