
Todo mundo tá mais careca que o Grant Morrison de saber sobre o imbróglio judicial que envolve o personagem Marvelman/Miracleman, assim como todos já devem saber que no fim da briga toda o Joe Quesada conseguiu adquirir junto ao criador Mike Anglo os direitos do personagem pra Marvel e Todd Macfarlane deve estar se lamentando até hoje por isso em algum canto.
No entanto, tudo que a Marvel vinha soltando do personagem até agora eram republicações e encadernados das histórias clássicas. Até que recentemente o desenhista Chris Weston comunicou no site Bleeding Cool que está desenhando o Marvelman. O que levantou a inevitável indagação: Weston estaria trabalhando numa série nova do herói para quando encerrar sua participação na minissérie The Twelve ou somente trabalhando em material de divulgação para as republicações?

Bom, se forem mesmo produzir novas histórias (e é lógico que uma hora farão isso porra!) Chris Weston pode ser uma boa escolha para desenhista, não só por ter um bom traço, mas por ser britânico também, mantendo uma tradição, já que não só Marvelman é oriundo da terra da Rainha, mas grandes nomes das HQs britânicas foram projetados graças aos seus trabalhos com o herói. Sim, eu estou falando do Alan Moore e do Neil Gaiman.
Só acho que o grande desafio pra Marvel seria encontrar um roteirista a altura desses dois, pois o Marvelman, especialmente a fase do Moore, é provavelmente o grande verdadeiro ponto de ruptura dos super-heróis dos quadrinhos, já que é possível ver ecos dessa fase até mesmo em Watchmen e O Cavaleiro das Trevas. Claro que nesse princípio dos anos 80 também existiam obras como Demolidor do Frank Miller e Camelot 3000 do Mike Barr, mas um ainda era bem mais épico que revisionista e o outro tinha a vantagem de pegar personagens icônicos de um passado remoto e reinterpretá-los num futuro distante. Mesmo as graphic novels de Will Eisner passavam longe do universo mitológico desses personagens.

Foi o Marvelman e sua sistemática quebra de quase todos os paradigmas que estabeleceram o mito do (super-) herói desde o príncípio do século XX que tornou-se o grande divisor de águas entre o conceito clássico estalecido por Jerry Siegel e Joe Shuster e o que conhecemos hoje. Tentar criar algo de novo e satisfatório com um trabalho tão contundente pra Nona Arte é realmente possível?
Bom, tudo é possível. Se até um rolo tão grande envolvendo Todd Macfarlane, Alan Moore, Neil Gaiman, Mick Anglo e a Marvel acabou terminando com todos felizes e contentes... todos menos o Macfarlane, claro.
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