
O livro ideal para os nerds preguiçosos e capivarísticos pagaram de Srs. Fodões nas festas e rodinhas de conversa mais intelectuais...
Em outras ocasiões eu já citei por estas bandas como o advento dos quadrinhos no PNBE atiçou editoras até então meio away do mundo dos quadrinhos se engraçarem sobre a mídia. Posso estar sendo leviano, mas acredito que Galera/Record seja uma dessas editoras surfando na nova onda do imperador. Importando a maioria de suas participações no filão (Shakespeare em Mangá, por exemplo), eles um dia acertam, noutro erram. Faz parte.

O título de 99 filmes clássicos para apressadinhos já é auto-explicativo - o álbum é uma coletânea de 99 filmes resumidos o máximo possível na forma de... tiras! Sim! Cada filme é contado em três, no máximo quatro quadrinhos. Henrik Lange, o desenhista, usa e abusa de sua arte simples, seu pincel seco e algum humor ácido para narrar, nesse espaço minúsculo, alguns filmes como... 2001, uma Audisséia Odisseia no Espaço!
O livro é muito mais um almanaque do que qualquer outra coisa. Filmes realmente clássicos como Cidadão Kane dividem espaço com outros que não são assim tãããããão clássicos como, sei lá, Fuga de Nova York. Mas é muito divertida a leitura - na verdade, é bem difícil parar de ler (eu só consegui interromper a leitura graças a um bicudo da dona patroa, que me deu o livro de presente). Acaba sendo tudo muito fluido. É também verdade que em determinada altura da leitura, o esquema de frases curtas e três quadrinhos cansa um pouco, se desgasta, mas não impede a leitura.
A grande sacada é ver algumas soluções que o/os autores lançam mão para resumirem em três imagens e algumas frases de efeito filmes como Pulp Fiction. O resultado é quase sempre muito bom, com poucas derrapadas e, pena, a maioria delas acontece numa das coisas mais bacanas do álbum, que é quando o autor foge do filme, o re-insere no contexto social. Por ser ousado, acaba sendo a parte que mais dá zica.

Por outro lado, a página praticamente em branco que antecede cada tira incomoda um pouco, é meio que um desperdício que poderia ter sido evitado, sei lá, com uma imagem do pôster do filme ou informações técnicas (país de lançamento, ano, elenco, diretor, premiações). Sei lá, estranho mesmo é a página em branco.
No fim, o livro é bem bacana naquilo que se propõe: instiga para os filmes que você não viu, rememora os que você já viu e diverte na imensa maioria dos casos. Ou seja, cumpre a proposta e passa de ano numa boa.
Inclusive, é ótimo para se dar de presente, uma vez que vai acabar atingindo muito mais os fãs de cinema que não sejam necessariamente fãs de quadrinho do que estes últimos.
99 filmes clássicos para apressadinhos (99 classic movies for people in a hurry). Thomas Wengelewski e Henrik Lange (tradução de Ota). Editora Galera, 206 páginas. Aproximadamente R$27,00.
Nota: 7,5

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