Porque é sempre assim: quando precisam resolver algum problema de última hora, chamam o preto! E se a Marvel pode ter o seu Homem Aranha black people, a DC também pode, oras!
Como todo mundo tá careca de saber, entre os personagens que serão reapresentados pelo reboot, relanche, recauchute da DC está o Super Choque (Static Shock). Cria do falecido Dwaynne McDuffie, Super Choque é na verdade o jovem negro Virgil Hawkings, oriundo de Dakota (parte do Universo Milestone, um grupo de personagens criado por McDuffie para acrescentar alguma diversidade étnica aos quadrinhos de supers, apresentando heróis negros urbanos e coisa e tal).
Pois bem, a verdade é que apesar das boas intenções, o universo criado pelo Dwaynne nunca foi um estouro de popularidade não, apesar de ter tangenciado várias vezes o UDC (como em "Mundos Colidem", HQ do Superman nos anos 90 com participação do Ícone e de vários outros milestonianos). Isso mudou quando Static ganhou um desenho animado pela Warner no início deste século, que foi um grande sucesso de público e crítica - o que fez com que o Universo Milestone fosse incorporado de vez ao UDC e o Super Choque, aos Titãs.
Mas então, às vésperas da estréia de Virgil no recauchute, o Newsarama trouxe uma entrevista com a equipe da revista: John Rozum e Scott McDaniel.
E ainda que a entrevista não traga lááááááá grandes coisas, uma informação aqui e outra ali pode ser pinçada.
A primeira diz respeito a mudança geográfica da história: adiós Dakota, hello Nova Iorque. Sim, Virgil e os seus deixam a casa que McDuffie lhes deu para morarem no Harlem da Big Apple. Outra coisa, se antes o contexto das histórias do Super Choque era permeado pela questão das gangues e da criminalidade urbana, isso agora muda um pouco, mesmo com ele morando no Harlem - Virgil é um garoto super inteligente que estuda meio período e trabalha nos Laboratórios S.T.A.R. o restante do tempo - o que dará tons de sci-fi às suas aventuras.
Os autores contaram ainda que uma tragédia familiar foi o que levou a família a se mudar.
E aí? Cara, a entrevista me deu muito a impressão de que a DC está tentando acertar o público adolescente, pela via da identificação direta, com seu novo Static Shock. Mais ou menos o mesmo espaço que o Homem Aranha ocupou nos áureos tempos, e depois retomou com na linha ultimate. Isso é ruim? Não, é bastante válido até. Mesmo porque o personagem tem um background legal, sólido apesar de pouco conhecido, e destoa dos personagens negros de programas de cotas.
Se vai colar na nova onda do imperador que a DC está lançando? Não sei, espero que sim. O lance é esperar pra ver.
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