
Hoje estava lendo a Folha de São Paulo e vi que um estudo sobre pirataria foi feito sobre os mercados emergentes - incluindo aí o Brasil.
A conclusão do estudo foi: os preços altos estão entre as principais causas da pirataria nesses países.
Mas é aí que eu pergunto, pequeno gafanhoto: será que é só isso que faz com que todos apelem para a pirataria?
Bom, primeiramente a pesquisa foi realizada pelo Social Science Research Council, uma organização sem fins lucrativos dos EUA, e demorou três anos para ser concluída. Tudo bem que em três anos muita coisa pode mudar, mas vamos relevar esse fato.
Na introdução da pesquisa, mais obviedades: "Altos preços para mídias, baixos salários e tecnologias digitais baratas são o principal ingrediente da pirataria global de mídias". O preço do Office da Microsoft é 10 vezes maior que nos EUA e na Zeuropa.

Outros pontos levantados são:
1) a falta de competição do mercado local, que favorece os altos preços
2) a pirataria faz parte da rotina dos habitantes, indicação de educação antipirataria pouco eficiente
3) não há relação entre crime organizado ou terrorismo e a pirataria de mídias nos países estudados
E por fim, um soco no estrômbago das associações anti-pirataria: as sanções contra a pirataria praticadas há uma década não surtiram efeito na oferta de produtos piratas.
Veja mais alguns dados do mercado brasileiro:
1) 56% dos softwares são piratas
2) 22% dos filmes são piratas
3) 91% dos jogos eletrônicos são piratas
A pesquisa ainda defende que, se a pirataria diminuísse em 8%, São Paulo criaria 19.500 postos de trabalho, aumentaria em R$ 2,63 bilhões a receita da indústria local e arrecadaria R$ 430,11 milhões em impostos.

Bom, vamos lá.
Sim, os preços aqui no Brasil para os softwares de computador são absurdos. Duvido que tenha um só leitor do MdM que possua um Microsoft Office original.
Tudo bem, tudo bem. Os softwares são caros, mas garanto que ninguém aqui, além de mim e de outros poucos, tenta usar alternativas gratuitas. O Ubuntu é um sistema operacional infinitamente superior ao Windows (eu não abro mão do velho Linux), o OpenOffice está pau a pau com o Microsoft Office e o Google Docs que, além de gratuito, é online e deixa tudo nas nuvens. Pô, o Google Docs tem funcionalidades que o Microsoft Office nem chega perto, como a edição do mesmo documento por múltiplos usuários ao mesmo tempo!!!
E não é só isso! Vejo amigos meus que possuem 1.000 reais pra pagar num iPhone, mas fazem questão de hackear a porra do telefone porque não quer pagar noventa centavos em um aplicativo. Sério! Outro dia um amigo meu me perguntou como ele fazia para hackear o Android porque queria baixar de graça um aplicativo que custava 20 centavos!
Pessoas reclamam dos preços dos games, mas ninguém faz questão de usar serviços como o Steam, que oferece downloads legais de games com descontos maneiríssimos!

A culpa é dos preços altos? Sim, é. Mas enquanto os consumidores brasileiros não tentarem mudar sua filosofia de "consumidor malandrão" (pra quê vou comprar se posso baixar de graça), o mercado não se desenvolverá. Enquanto essa mentalidade de merda continuar:
a) As empresas continuarão com seus softwares caros, pois os possíveis compradores estão errados, já que vão para a pirataria.
b) O mercado alternativo não se desenvolve. Porra, galera! O Linux é foda! Parem de medinho e instalem logo o Ubuntu! Há alternativa para todos os seus programas piratas... Essas alternativas só não vão pra frente por falta de apoio e de usuários! Experimentem o Gimp, o Google Docs, Splash Up, etc.
Mostrem para eles que não é preciso pagar rios de dinheiro nem apelar pra pirataria para montar um computador foda!
c) As soluções alternativas não ganham força. Já reclamamos muito da "Revolução Editorial" da Panini, pois todos esperávamos algo voltado para o online.
Mas sinceramente, se você fosse o grande fodão da Panini, você apostaria em um mercado onde o filho da puta prefere hackear o próprio telefone para não pagar vinte centavos em um aplicativo para celular?
Baixar software pirata NÃO É PROTESTO.
Protesto é o mercado alternativo. USEM, porra! Senão eles nunca vão pra frente!
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