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É nóis, queiróiz! O MdM na GibiCon #0!! Parte 2: Ivan Reis, Joe Prado e a DC do relanche!

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Ainda ontem eu comentei sobre a GibiCon de Curitiba no geral. Onde foi, como foi e coisa e tal. Mas e aí? Com gente do quilate de Ivan Reis, Joe Prado e Eddy Barrows perambulando para lá e pra cá, alguma coisa a gente ia ficar sabendo de novidade sobre o reboot-que-não-é, né?



Cara, vou te contar uma coisa que talvez você não saiba: com seu pacto com o Cramunhão, que o permite desenhar mais de duas páginas com qualidade por dia, Ivan Reis se tornou O nome dentro da DC em matéria de lápis. Ou seja, se queríamos informações interessantes, estar colado no cara facilitou muito! E você pode até não gostar, mas o Reis realmente desenha muito e seu pequeno time de artistas (ele no lápis, Joe Prado nas tintas e Rod Reis nas cores) tá badalado pra dedéu.

Reeeesdney Buchemi: "Hey, Ivan, me desenha um Mickey pelado?


Fora das palestras e mesas redondas, obviamente que o assunto que mais puxei com esses caras foi o relanche da DC. Assim como a gente, os cabras (Prado e Ivan) apontam que o grande lance do reboot-que-não-é fica sendo o lance das HQ's digitais simultaneamente aos lançamentos em papel. Nas palavras deles, é a DC antenada a um novo público, que não eu, você e outros velhacos da nossa faixa etária, mas os moleques. Pensar em formato digital pode até ser estranho (em termos) pra nós, mas em algum tempo teremos leitores para quem o suporte físico (o papel) é que será estranho. O negócio é algo como o que aconteceu com a industria da música: bater de frente com o MP3 só pesou a barra para as gravadoras.

O Joe Prado pontuou que as mudanças conceituais seguem o mesmo raciocínio - aumentar a acessibilidade do material, inclusive diminuindo as barreiras entre mídias: o Batman do quadrinho não será mais tão diferente do Batman do cinema, por exemplo. Com isso, mídias de alcance maior (filmes, desenhos animados, games) poderão, de fato, servir como chamariz para os gibis. No geral, nas palavras do Ivan Reis, os quadrinhos precisam deixar de ser um hobby para iniciados e voltar a serem entretenimento. Para ele, os quadrinhos precisam deixar de ser como aquele playmobil na estante, que você tem desde moleque e não deixa ninguém pôr a mão - nas palavras dele, muitos de nós hoje gostamos de histórias em quadrinhos porque na nossa infância a gente tinha uma relação diferente com os gibis, de amassar, rasgar, colorir, desenhar por cima, recortar... Se fosse tudo sacralizado como é hoje, provavelmente a maioria de nós nem tinha embarcado nessa onda.

Da esquerda pra direita: Gabriel Bá, Joe Bennet, Carlos Magno (Transformers, Planeta dos Macacos), Joe Prado, Eddy Barrows e Ivan Reis


Nisso eu questionei sobre o lance de que a diferença de preço precisa ser pensada: com o dinheiro da merenda eu comprava alguns gibis quando era moleque, o que facilitava que eu não tivesse peso na consciência em escrever por cima, decalcar os personagens e coisa e tal. Hoje uma HQ de super-heróis custa mais do que o meu almoço (se pensarmos no gibi da Liga da Justiça da Panini, por exemplo). Como resposta, o Ivan argumentou que a culpa é nossa também quanto a isso, pois fomos nós que começamos a querer formato melhor, papel isso, papel aquilo... Até no preço nós sacralizamos a coisa.

Ivan Reis, o apresentador e Joe Prado


Pra fechar, o Joe disse que o relanche é como foi a Crise nas Infinitas Terras, só que maior e com internet. Isso porque em 1985 com certeza os leitores da época desagradaram das mudanças, mas não tinham internet pra reclamar e fazer passeatas pró-cueca do Superman. Acontece que a reviravolta de 1985 permitiu que novos leitores entrassem no mercado, e são justamente esses "novos" leitores que são os reclamões de hoje.

E já que o assunto era o recauchute, veio à tona o Aquaman (sacou? sacou?) que terá arte do Ivan e sua turma e roteiros de Geoff Johns. Já com o pé na porta, Ivan conta que foi ele quem escolheu o personagem: "Eu sou o público do Aquaman!" (sic), e brinca que a gente sacaneia porque não sabe o tamanho da legião de fãs que o personagem tem. Conta que, ao escolher o Rei dos Mares para trabalhar depois do recauchute, o fez sem que tivesse um roteirista, e foi então que Johns quis entrar pro título também. Para Reis, a sensação é de ter saído de Star Wars (Lanterna Verde) para embarcar em Senhor dos Anéis. "Eu saio de uma ficção espacial, cheia de tecnologia, para desenhar um universo super orgânico". E arremata dizendo que ele, Johns e Prado são nerds trabalhando para nerds. Geoff Johns não quer ser o novo Shakespeare, nem estão tentando fazer o novo Cavaleiro das Trevas ou Reino do Amanhã, o lance é fazer entretenimento e diversão.



Pra fechar, eu e mais um de nossos leitores perguntou sobre o filme do Lanterna Verde, se ele não estava envergonhado de ter dito que o filme seria bom. Ivan pontua que não é que o filme tenha sido ruim, é que ele não foi feito pra gente. Nem tudo é pra todos os públicos, assim como ele é o público do Aquaman, nós não somos o público do filme do Lanterna: "Cara, nós não somos mais o público-alvo! Nós não somos mais a molecada!". Na visão dele, um erro foi a distribuição maciça do filme em 3D, que encarece e afasta a ida da família ao cinema.



É isso aí, pe-pe-pe-pessoal! Amanhã tem mais com a parte 3 do post, com alguns lances pessoais, vacilações gerais e Reeeesdney Buchemi quebrando tudo!



/blogs/melhoresdomundo/2011/07/20/e_nois_queiroiz_o_mdm_na_gibicon_0_parte/

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