Que os gringos são uns bobões cara-de-melão, todo mundo sabe. Mas é justamente por esse aspecto de bocós dos amerikkanos que a gente se pergunta se tudo isso faz sentido...
Bem macacada, dois anos atrás, o Hell noticiava aqui que os estadunidenses estavam altamente interessados em produzir uma "versão nacional" do clássico da porradaria sul-coreano Oldboy. Dirigido por Chan-wook Park, Oldboy narra a história de Oh Dae-su, um sujeito comum, meio merdão, que num aleatório dia é capturado e preso num lugar misterioso, sem sequer saber porque daquilo. Quinze anos depois ele é solto (sem mais nem menos também), acaba se envolvendo com uma jovem garota enquanto procura saber a verdade sobre seu sequestro e bum! A merda bate completamente no ventilador.
A produção amerikkana estava à cargo da Dreamworks, contando com Steven Spielberg como produtor e Will Smith no elenco, nomes capazes de arrepiar até o fã mais coração de pedra da obra original. Inclusive, Smith teria anunciado à época que o filme não seria um remake, pois se basearia diretamente no mangá que deu origem ao filme coreano. Para a alegria de todo o povo e felicidade geral da nação dos adoradores de filmes de porrada, a parada esfriou e questões legais (aparentemente) impediram que se realizasse uma versão ocidental do filme/mangá.
Mas eis que do limbo ressurge, sem mais nem menos, essa história de um Oldboy de estrelas e listras: segundo o Bleeding Cool e o Twitch, o diretor Spike Lee, o mais pop entre os undergrounds, estaria negociando para conduzir a versão do clássico da vingança. Ele se juntaria a Mark Protosevich (o roteirista, e que também escreveu Thor, Eu sou a Lenda, Poseidon), Doug Davison e Roy Lee (produtores com um considerável currículo de ocidentalizações - O Chamado 1 e 2, O grito, A casa do lago, Água Negra, além de Os Infiltrados e Como treinar seu dragão). Os nomes de Spielberg e Will Smith não foram citados nesse reboot da notícia (reboot é a palavra da onda).
E aí? Negada, sei não, hein? É fato que a cinematografia do Spike Lee é anos-luz mais ousada (e abordando temas mais ousados) do que de um grande número de diretores que pululam por aí - temas como racismo, uso de drogas, AIDS e tantos outros já deram as caras em suas produções, com cores até bem fortes e cruas. Mas isso tudo trabalhando no campo das produções menores, mais autorais. Será que poderíamos esperar dele o mesmo realismo com temas como incesto, automutilação e ultraviolência, ainda por cima trabalhando num filme altamente comercial? Sei não, hein? Vai acabar ficando igual material pornô japonês: o conteúdo que você quer ver está lá, mas não dá pra ver como gostaria...
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