Novidade nas bancas brazucas: uma revista do Juiz Dredd! Essa eu não podia deixar de conferir..
Infelizmente bem pouco material da revista britânica 2000 AD já chegou no Brasil até hoje e a proposta dessa revista da Mythos é mesclar material de várias épocas da publicação, o que me agradou bastante.
A revista abre com uma história clássica do Juiz que, apesar de curta, é legal e só de ter a arte do fodão Brian Bolland já mais do que justifica sua presença na revista.
Depois temos a bem recente (até mesmo lá fora) série Área Cinzenta, que mostra o policiamento de uma zona de segregação alienígena na Terra, um gueto onde aliens que vem pra Terra passam um tempo em avaliação antes de ter seu acesso ao restante do planeta autorizado. A premissa é bem interessante e a história cumpre bem o papel de apresentação da série. Sinceramente, não me empolgou muito, mas tem potencial.
Vem então a primeira história do bárbaro Sláine, que já teve algum material aqui publicado pela Pandora Books. Sláine é um guerreiro procurado que enfrenta monstros fantásticos e briga em tavernas. Qualquer semelhança com Conan.. não sei se é mera coincidência, mas que parece, parece, bwahahaha Gostei muito e me instigou ainda mais a procurar a fase desenhada pelo Simon Bisley, que eu já queria ler faz tempo mesmo.
Nikolai Dante trás um aventureiro trapaceiro e sedutor que apronta altas confusões numa Rússia que mistura elementos futuristas com fantasia medieval. A arte é boa e mas achei a hq clichezenta pra diabo, sem nenhum diferencial que me atraísse na série.
Botar o nome do Alan Moore na capa é uma safadeza bem manjada pra chamar público, coisa que a Pixel Magazine também fazia, e quando você abria a revista via apenas um conto curtinho escrito por ele, alguns interessantes, outros nem tanto.
Só que aqui os caras acertaram na escolha: Cronocanas é um ótimo conto sobre policiais temporais, desenhado por Dave Gibbons, com boas sacadas. Mesmo com só 5 páginas, Moore apronta das suas e faz você voltar na história pra buscar detalhes que já estavam lá e não tinha visto, recurso que ele usou à beça em Watchmen.
Podem me chamar de putinha do Alamuuuurrr à vontade, mas o continho é, disparado, a melhor história da revista. Como Moore fez um bocado de material pra 2000 AD, deve ser presença frequente na publicação.
Pra fechar, uma história mais recente do Dredd, que eu também gostei bastante, e inicia um arco de histórias que vai continuar na próxima edição. A revista traz texto informativo sobre todas as séries e, especificamente pra essa história, isso foi de grande valia, pois situou bem o momento cronológico do personagem e permitiu que coisas citadas dentro da trama fizessem sentido.
Mas foi aqui que a Mythos, que ERRRRRAAAAA, começou as lambrecadas finais de um trabalho que vinha muito bem… Veja a JEGUEal colocação de um texto escrito em preto num fundo preto…
Resultado: ilegível. Parabéns, campeões. É uma falha que compromete a história? Não. Mas… PORRA!! Como diria o D`Alborga: “Presta atenção! Você parece que é burro, rapaz!”
Outra coisa que me incomodou foi que até então nenhuma hq tinha as informações, nem num rodapézinho, sobre suas publicações originais. Pois bem… Isso foi socado no final do expediente, dificultando o entendimento de que história foi publicada onde e quando.
Principalmente por se tratar de um apanhado de várias épocas, custava botar isso na página de abertura das histórias? Por falta de espaço é que não foi, pois a revista tem um bom formato, inclusive um pouco maior que o padrão americano.
Pra fechar, o estagiário que fez a propaganda dos próximos lançamentos da editora chupetou uma das capas da “versão locadora do falecido” da revista, ou sejE, de um SCAN!
Ehhh, Roger… Não tá vendo o DarkseiDClub ai não? Bwahahahaha
Lambrecadas a parte, gostei da revista e vou continuar comprando. Tomara que o pessoal da Mythos reveja a forma de informar as edições originais e se dê ao trabalho de revisar direito a revista pra evitar as gafes.
Juiz Dredd Megazine
68 páginas
Formato 20,5 x 27,5 cm
Papel couchê
Preço: R$ 10,90
Nota 8