Raymond Frederick Harryhausen, o mago dos efeitos especiais, faleceu hoje aos 92 anos. Se você me disser que nunca viu um filme dele eu te digo que você é uma criança que nunca foi a um show de mágica.
Harryhausen foi o maior dos mestres da técnica de animação stop motion… a não ser pra um professor maluco que eu tive que achava que o Tim Burton era mais referência do que ele… na verdade tudo o que Burton fez, fez porque era fã de Harryhausen, que por sua vez era fã de Willis O’Brien, responsável pelos efeitos especiais do primeiríssimo King Kong láááá em 1933.
A partir de então Ray Harryhausen construiu sua carreira produzindo cenas que enchiam os olhos platéias do mundo em diferentes clássicos como Poderoso Joe (versão antiga), O Monstro do Mar Revolto, A 20 Milhões de Milhas da Terra, O Monstro dos Tempos Perdidos, A Invasão dos Discos Voadores, Jasão e os Argonautas, Simbad e o Olho do Tigre, Fúria de Titãs (versão antiga) etc. Ele era tão foda que muita gente atribui a ele a direção geral desses filmes, embora ele com certeza fosse o grande talento por trás das câmeras. Pensar que se hoje em dia se faz as coisas usando um computador, ele ia lá e realizava tudo manualmente.
E a grande vantagem: por mais que alguns digam que os efeitos estão datados, o que o cara fez décadas atrás ainda é esteticamente belo e relevante… enquanto a computação gráfica vai se tornando obsoleta por causa do avanço dela própria. Duvido que qualquer pessoa hoje tenha coragem de dizer que a luta do Neo com o Agente Smith em Matrix Reloaded é menos que esquisita – os atores e dublês se transformam em CGI no meio da sequência.
Já o trabalho do Harryhausen tinha uma plástica, era mais que um produtor de efeitos, era um artista se expressando. Ou um ilusionista fazendo uma mágica. Você até saber que era falso, mas nao tem como não apreciar. Por isso quando inventava seus cenários incríveis e suas criaturas fantásticas (veja todas elas aqui em ordem cronológica) mesmo as mais feias eram uma coisa linda de se ver.