Quase 4 horas da manhã, eu podia estar matando, roubando, ou mais importante, dormindo, já que tenho que trabalhar em cerca de 4 horas, mas resolvi fazer a resenha do Homem de Ferro 3, que acabei de assistir, e é bom escrever as coisas no calor do momento (uia!), então certamente haverá erros de digitação, pois n˜åo vou revisar. Farei dessa uma resenha relativamente rápida e sem spoilers; semana que vem faço uma com spoilers falando de algumas coisas em específco que não podem passar batidas.
Para começar, já aviso que o filme não é mais sério que os outros, é basicamente a mesma coisa, talvez até mais engraçado. E não é essa coca-cola toda, embora mantenha o nível dos filmes da Marvel e seja melhor que Homem de Ferro 2. Aliás, essa é uma grande vantagem da Marvel, que sempre deixou explícito que seus filmes não são nada além de um bom entretenimento. E é exatamente isso que você vai encontrar em Homem de Ferro 3.
Personagens
O grande mérito do filme é se focar no Tony Stark, que diferente da presença nos filmes anteriores, finalmente é um personagem além do ator. Sua interação com os outros personagens é foda como sempre, e também elogio o filme por colocar uma porrada de personagens diferentes, todos tendo tempo de tela e seu valor na trama, que nesse ponto é bem redondinha e não tem personagem jogado (até o Jarvis é interessante e um personagem importante nesse filme).
Pepper, pela primeira vez, tem um tempo de tela bom o suficiente para ela ter uma relevância mais adequada na trama – e na vida do Tony. E é bem inesperado que a personagem acabe roubando a cena em determinado ponto no clímax do filme.
Rhodes, que deixa de ser o Máquina de Combate para ser o Patriota de Ferro (mas fique tranquilos, que isso não é nada demais – até o filme sacaneia essa mudança), tem pouco tempo de tela, é parece ser até bem menos relevante que no segundo filme, mas achei que Don Cheadle está bem melhor no papel em HdF3 do que em HdF2. Sem contar que tem cenas bem engraçadas envolvendo o personagem também.
Happy Hogan finalmente tem seu lugar ao sol nesse filme; sua participação não é forçada, é bem conectada à trama e Jon Favreau realmente faz um ótimo trabalho, mesmo aparecendo pouco.
Os personagens novos, Aldrich Killian e Maya Hansen, tem tudo a ver com a trama, não são personagens jogados ali, e também são personagens bem interessantes. Aliás, essa parece ter sido uma preocupação neste filme, colocar personalidade em todos os personagens.
Por último, mas não menos importante, Sir Ben Kinsgley está simplesmente matador no filme. É difícil imaginar alguém que faça frente do Robert Downey Jr, mas ele deu um show e certamente roubou a cena, mesmo aparecendo menos do que eu esperava e interagindo com Tony bem menos do que eu gostaria.
A trama
Como vocês sabem, a trama envolve Tony Stark sofrendo uma espécie de estresse pós-traumático em decorrência do que aconteceu em Os Vingadores, e em meio a isso ele se vê às voltas com o Mandarim, que faz ataques terroristas diversos ao redor do mundo explodindo coisas, mas ninguém encontra vestígio de nenhuma bomba. Para completar, temos novos personagens e a trama de Extremis correndo por fora (embora não tão por fora assim), que finalmente garante um filme do Homem de Ferro com supervilões, não só um bando de gente com armadura ou robôs.
A história, como todo filme da Marvel, tem pontos muito altos e pontos bem baixos. O filme explora muito bem a paranoia do Tony em não ser pego desprevenido e nenhum momento e como isso afeta sua relação com as pessoas próximas (no caso, Pepper Potts), mas peca num clímax grandioso, porém sem muito charme – e muitas vezes confuso, mas não sei se isso foi por conta do 3D e do fato de eu estar sentado na primeira fileira do cinema). Além disso, achei as piadinhas excessivas e, ao contrário dos Vingadores e dos outros filmes do Homem de Ferro, em muitos momentos achei inapropriadas (não que não sejam engraçadas, ao contrário; o problema é justamente eles serem engraçadas e quebrarem algumas das tensões mais legais do filme). Apesar disso, os diálogos continuam sendo o maior acerto dos filmes do latinha, com algumas sacadas realmente muito maneiras.
Mas o grande mérito do filme é tirar a carga de “super-herói” do Tony Stark e fazer uma mescla de sci-fi com filme policial dos anos 70, com direito até ao Tony invadindo uma mansão sorrateiramente. Aliás, outro ponto positivo do filme: O personagem principal dessa vez, não é a armadura ou o próprio Downey Jr; o foco é mesmo Tony Stark e como ele usa sua genialidade para se livrar da situação em que ele se encontra.
O filme tem uma reviravolta que pode chatear uns fãs mais hardcore e que não é nem um pouco difícil de prever ao longo do filme, mas se encaixa perfeitamente dentro da trama que, apesar de se manter mais ou menos no mesmo nível dos anteriores (mas com certeza melhor que Homem de Ferro 2), adentra bem mais no terreno político e empresarial, e faz umas críticas que eu não esperaria ver em um filme blockbuster. Há também uma alegoria bem interessante sobre a armadura de Tony e seus aspectos psicológicos.
Ah, antes que perguntem: Tem uma cena pós-créditos, mas ela não é nada demais e não tem nenhuma menção aos próximos filmes da Marvel, nem mostra nenhum personagem novo. Mas é muito engraçada, e está ligada diretamente ao filme (embora não seja necessária para a compreensão da trama).
Num geral, gostei. Achei que ele entregou o que os filmes da Marvel costumam entregar: Uma história legal, personagens carismáticos, efeitos especiais bacanas, enfim; uma ótima diversão.
Nota: 8