
Imagine um mundo encantado com tartarugas depressivas, patinhos escoteiros mal intencionado, mafiosos nutritivos, herdeiros do inferno e um autor cuja lenda diz fazer bico como taxista...
Ao pegar o livro Ultrafala: O Mundo Paralelo do Nosso Dia a Dia, senti-me entrando em uma espécie de Disneylândia perturbada, mas absurdamente parecida com a vida real de carne, osso e porpeta...
Daniel Lafayette definitivamente não é o cara que você gostaria de ver comendo a sua irmã, mas sem dúvida é um sujeito talentoso. Acompanho as aventuras do autor há alguns anos, no blog do sujeito e garanto que o livro lançado pela editora Barba Negra já era bastante esperado por mim. E diga-se de passagem, excelente trabalho!
As tiras do Lafayette são focadas em personagens. Percebe-se claramente importância que cada figura tem no texto do autor, mesmo que um ou outro personagem apareça apenas uma vez para nunca mais voltar. Cada um deles, mesmo que tenha uma única participação, tem características marcantes. Para o leitor, acaba sendo um atrativo — inconsciente ou não — para as tiras seguintes. Não estou dizendo que o Lafayette faz personagens profundos etc e tal. Ele simplesmente cria um personagem com uma ou outra característica pendurada no pescoço. No conjunto da obra, temos uma variedade enorme de personagens simplórios e um livro em três dimensões.

Não vou dizer que a publicação é perfeita porque senti falta de uma ou outra tira. Acredite, já li todas as HQs publicada no blog do Lafayette. Claro que entendo a dificuldade do autor e dos editores na escolha das tiras, mas uma ou outra série — Dias de Glória, por exemplo — deveria ter sido toda publicada no livro.
Ultralafa é um mundo paralelo, de fato. Coberto por uma barba mal-aparada, espuma de cerveja e provavelmente caspas. Trata-se de uma laitura perturbadoramente divertida e altamente recomendada para toda a família. Principalmente se a sua família passa o natal no botequim da esquina...
Parabéns ao Daniel Lafayette pela publicação e parabéns à editora pela iniciativa. O cara é sem deuvida um dos grandes autores de tiras da nova geração — chupa, Jonathan. Merece o reconhecimento. Espero, agora, que a Barba Negra publique um livro com as tiras do Linha do Trem, do Raphael Salimena pra fechar a conta. Oremos!
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