
E a DC pela Panini se junta ao seleto grupo composto por Dercy Gonçalves, Oscar Niemeyer, Silvio Santos...
Quem diria que já fazem mais de oitos anos que nós sonhamos que o Brasil ia ver concorrência entre as duas principais editoras de super-heróis gringos, com a Marvel na Panini e DC na PiXel. Bem, a PiXel faliu, a Panini comprou tudo, vende de tudo e no último mês de março bateu o recorde estabelecido pela Ebal, no distante ano de 1969, de publicar 100 edições contínuas de um gibi do Bátema.

Como você leu no título desse post, o objetivo não é dar uma revisada nesses oito anos e, sei lá, quatro meses de DC pela Panini. É só uma resenha dos centésimos números das duas publicações da editora que acompanho: Liga da Justiça e Batman (sacaram? Sacaram?).



Com uma capa exclusiva e bacana (mas nada espetacular) do astro Ivan Reis, os maiores heróis da Terra fazem de sua centésima edição um material tão, mas TÃO RUIM que eu não tenho coragem de enrolar e usar para educar o meu cachorro com ela. Pra começar, James Robinson e Mark Bagley continuam nos matando de vergonha com seu rascunho de Liga da Justiça na história Ascensão e Queda: caça e caçador. Não há nenhuma novidade, não há nada de interessante nessa HQ chata e sem inspiração. Robinson continua conduzindo sua trama besta, com sua Liga da Justiça de segunda enfrentando versões (essas de quinta categoria) dos Novos Deuses de Nova Gênese. Tem um Metron genérico com uma poltrona Moebius genérica, um Senhor Milagre, uma Grande Barda, um Órion e um Magtron genéricos e malvados como pica-paus. Pior: James Robinson segue pisando o caminho pisado, e repete o plot de um Arqueiro Verde chegando numa base da LJ dominada por vilões (Morrison já fizera isso antes, com o Arqueiro Verde II se apresentando na Base Lunar enquanto o Chave dominara todos os legionários). Mas isso nem é o pior mesmo - sua poderosíssima Liga, composta por Mon-El, Lanterna Verde (Hal), Guardião de Metrópolis, Drª Luz, Donna Troy, Batman (Dick), Eléktron (Ray Palmer), Ciborgue, Estelar e Canário Negro recebe a inestimável ajuda de Congorila e Starman (Mikaal Thomas) para, três páginas depois, ser inexplicavelmente reduzida a Donna, Batman, Starman e Congorila! Claro, alguma pressão editorial deve ter influenciado neste ou naquele ponto, mas...Porra, chuchu! Até pra ser uma versão de merda tinha de ter um limite! Tô envergonhado...

Depois se seguem três histórias do Arqueiro Verde pós-Clamor por Justiça.Vocês me desculpem o palavrão, eu bem que tentei evitar, mas... PUTA QUE PARIU! Que HQ de merda, que roteiro de merda, que desenhos de merda! J.T. Krul (os Arqueiro Verde consegue neutralizar o Lanterna Verde, o Flash e a Canário Negro sozinho e usando apenas DUAS flechas? Porra...), Diógenes Neves, Mike Mayhew, Fabrizio Fiorentino e Federico Dallocchio, VÃO TOMAR UM TIRO NESSES CUS, seus malditos! Caras, vocês não têm noção o quanto essas duas histórias são ruins, não podem ter... Para dar a vocês uma vaga idéia de como as histórias são a merda da merda, J.T. Krul escreve um Oliver Queen convicto e sedento de vingança por, sei lá toda a primeira e segunda histórias para, de repente, receber o espírito do caboclo-arrependido e desistir da vingança e querer justiça. SÉRIO! O filho da puta muda de idéia como rapariga troca de calcinha! E o Prometeus, que morre com uma frechada nos cornos (que atravessa o capacete) e de repente é encontrado pelo Lanterna e pelo Flash, ainda com a flecha cravada na testa mas... com o capacete roubado! O ladrão teve a disposição, o cuidado e o respeito de arrancar a flecha, roubar o capacete e recolocar a flecha no lugar!!! Sério, é demais até pra mim... Palmas para a DC, que passou bosta nos nossos olhos com essas "histórias"!

E palmas também para o Sr. Levi Trindade, editor nacional da revista. Além de não colocar nem uma notinha comentando a importância da edição de número 100 (nem adianta reclamar de espaço, porque a penúltima página é uma propaganda sem sentido, de página inteira, dos gibis da editora) e, se isso não bastasse, ainda comeu bola na sessão "Anteriormente" (2ª capa) colocando um resumo das tramas da LJ, do Arqueiro Verde e do Flash. Mas peraê, NÃO TEM HQ DO FLASH nesta edição, infeliz!
Liga da Justiça #100, Panini Comics, 116 páginas, R$ 8,90 (e a revolução, hein? Hein? HEIN?).
Nota ZERO! ZEROOOOOOOOOOOOOO!

Depois de querer arrancar meus próprios olhos e comê-los com limão e sal depois de ler a revista da Liga, fui me dedicar à mensal da Morcega. Tal como o gibi da Liga, esta edição conta com uma capa exclusiva, cometida pelo brasileiro Joe Prado (que o Levi Trindade - ê Levi, êêêê Levi! - chama de João Prado na sessão de cartas. Pode até ser que o Prado se chama João, mas ele ainda assina Joe, incrusive nessa capa). Disse "cometida" pelo Joe Prado porque, cara... A capa tá uma droga. Preguiçosa, óbvia, feia e sem graça, nada te faz imaginar que seja uma capa especial, muito pelo contrário, tem um cheiro desgraçado de capa tapa buraco feita na má vontade. O Joe que me desculpe, o cara tem um trabalho bacana nos comics, no meio de campo entre os artistas brasileiros e o mercado gringo mas... Uma capa ruim ainda é uma capa ruim, e poderia ter sido desenhada pelo DaVinci que eu diria que era ruim.

Continuando, como de praxe, saltei as histórias escritas por Tony S. Daniels e fui direto para a HQ de Batman e Robin pelo Grant Morrison. História comemorativa da 700ª edição gringa do morcegão, O tempo e o Batman, apresenta Batman's (tá, eu sei que o plural é Batmen) através do tempo se envolvendo com um mesmo caso. A HQ me lembrou o crossover entre a morcega e o pessoal de Planetary, mas devo confessar que me deu um pouco de preguiça. As HQ's do Morrison dependem que você esteja com um estado de espírito favorável, com a mente disposta e tal. Tudo o que eu não tinha. Li assim, no banheiro, fiz que entendi e deixei pra lá. Às vezes dá uma saudade de ler uma história simples, que não demande tanto fosfato pra divertir...

Se nem o Morrison conseguiu melhorar meu humor, abri uma cerveja, aprumei o corpo na poltrona e respirei fundo para encarar as HQ's do Tony Daniels. E foi mesmo necessário. Cuidando dos roteiros e dos desenhos, Daniels dá prosseguimento ao seu arco do Morcego enfrentando o Máscara Negra e sua turma, que dominaram um perímetro em Gotham (o Quadrilátero do Demônio). Uma história besta, que não prendeu a atenção em seu curso e não conseguiu fazê-lo em sua conclusão.
Depois delas, temos duas histórias curtas e tapa-buracos com os personagens do universo do Bátema. A primeira, escrita por Nerd Reverso Kevin Grevioux (Quem?) e desenhada por Sasha Grey, é estrelada pela dupla dinâmica Grayson/Damien e se chama Fogo & Gelo (não, elas não aparecem). Um dramalhão boboca de Batman e Robin combatendo uma onda de saques num inverno particularmente severo em Gotham. Se numa primeira leitura essa HQ parece péssima, se você a reler depois de encarar a segunda história curta desta edição, é capaz de até achá-la digna de prêmio. Entitulada Pura como a neve, esta história, escrita por Nerd Reverso David Tischman (quem?) e desenhada por Nerd Reverso Alex Konat (quem?), mostra Alfred Pennyworth numa noite rotineira de sua vida, se divertindo... com uma prostituta. Sério. É uma versão de dez páginas de Uma linda mulher, mas com um velho careca no lugar do Richard Gere. Uma HQ ruim a ponto de fazer corar o Marquês de Sade. Coisa de doido. Pra fechar a edição, um cuequinha verde desabafa na sessão de cartas sobre a morte de Bruce Wayne. Chorei como um ninja silencioso...
Batman #100, Panini Comics, 116 páginas, R$8,90 (e a revolução, hein? Hein? HEIN?).
Nota: 5 (sim, eu ainda tenho MUITA esperança numa segunda lida na HQ do Morrison...)
CONCLUSÃO: eu podia estar fazendo caridade, vendo dezoito apresentações de um estátua viva na Feira Hippie, tomado seis garrafas de Brahma geladas, comendo três acarajés na Feira Coberta mas não... Eu preferi gastar R$ 17,90 nessas duas edições comemorativas. Que só serviram para comemorar a minha ingenuidade, né?
Mas vamos esquecer o passado, vamos sorrir!

NÃO vamos não.
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Bátima RIP, acabou sem acabar...
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