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A Gente Vimos: O Vôo

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O Vôo 3

O filme é tão somente um veículo pro Denzel Washington exercitar seu talento como ator dramático.

SPOILER ABAIXO

Whip (Denzel Washington) é um experiente piloto da aviação comercial, mas tem sérios problemas com bebidas e drogas. Certo dia, ele acabou salvando a vida de diversas pessoas quando a aeronave que pilotava apresentou uma pane, mas sua frieza e conhecimento permitiu que uma aterrisagem praticamente impossível acontecesse. Agora, apesar de ser considerado um herói por muitos e contar com o apoio de amigos, ele se vê diante do jogo de empurra na busca pelos culpados da queda e das mortes ocorridas. É quando seus erros e escolhas do passado passam a ser decisivos para definir o que ele irá fazer de seu futuro.

O diretor Robert Zemeckis nem parece o cara inventivo dos tempos de De Volta Para o Futuro. O Vôo é um filme muito burocrático que, como num jogo de cartas marcadas, desenvolve pequenas subversões do politicamente correto que ao longo da trama vão uma a uma sendo derrubadas por um moralismo banal.

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O filme se concentra na história de um alcoólico que, como tantos, se julga apenas como um alcoólatra. A diferença é que um bebe porque é dependente e outro se embriaga porque quer. Muitas vezes uma pessoa leva anos pra cair em si e ver que tme uma doença e virou escravo da garrafa, como é o caso do protagonista do longa metragem. Embora o enredo nunca se aprofunde no que motivou o início da relação de Whip com a bebida e também com as drogas, sabemos que ele é filho de um aviador, profissão que admira desde criança, conquistou ascenção profissional, casou e teve um filho… mas o vício o tornou um porra-louca pouco confiável até pros amigos, transformando-o em motivo de vergonha pro filho e pra ex-mulher, além de lançá-lo numa rota suicida.

Esse é exatamente o ponto complicador de O Vôo. O acidente do início da história e catalizador da trama não acontece porque ele bebeu, mas fica no ar a idéia de que se Whip estivesse sóbrio jamais poderia pousar o avião de forma tão espetacular naquela que é a melhor cena do longa. A questão é que a história em hipótese alguma leva as coisa pra esse lado.

Whip é considerado um herói enquanto todos o imaginam sóbrio. A partir do momento que fica claro seu descontrole com a bebida, ele se torna um assassino em potencial. O problema é que tudo isso soa artificial demais e o roteiro parece ter sido exclusivamente pensado pra gerar situações pro Denzel Washington brilhar. E ele brilha, mas em compensação o filme nunca diz a que veio.

Senão como explicar sequências desnecessárias como a hora em que ele vai visitar a ex e o filho? Ou a cena do John Goodman executando aquele plano estilo Despedida em Las Vegas com a cocaína no hotel, só pra no momento seguinte o protagonista botar tudo a perder da forma que todo mundo já sabia que ele ia fazer?

De bom ainda fica o relacionamento de Whip com outra alcoólica, Nicole (personagem da linda Kelly Reilly). Mas se eu fosse o personagem do Don Cheadle – outro que se pensarmos bem não tinha razão pra existir – eu saía correndo naquela cena constragedora do depoimento no clímax e dava uns tabefes na cara do Denzel Washington por ter feito a coisa certa na hora errada.

NOTA: 4,0.


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