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Top MdM: 10,5 personagens fodas de jogos Beat’em Up!

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Pô, não é que a leitura de Beat’em Up RPG me inspirou a resgatar este texto antigo? Claro que ele ficou grande como um post do Corto, mas foloda-se…

Ah, o maravilhoso mundo dos jogos de bater andando da minha vida de garotinho juvenil… Ah, quanto iate, quanta ficha, quanto dinheiro e mesadas consumidos em uma única tarde à frente dessas máquinas do demônio!
Se você, como eu, torrava fichas e fichas nessas paradinhas, então meu filho, aproveite esse top 10,5 personagens fodas dos jogos beat’em up de antigamente!

Posição 10 – Portor (Warriors of Fate)

Se você nunca ouviu falar de Warriors of Fate, não se preocupe: é por isso mesmo que ele está na posição 10 do Top. Acho que esse jogo não chegou a ser lançado em fliperamas no Brasil, nem em consoles domésticos (eu pelo menos nunca vi) e só fui conhecê-lo através do fantárdigo emulador de MAME. Bem, WoF é um beat’em up normalzão, do tipo medieval, mas com um sabor totalmente diferente: é um medieval oriental! Ambientado mais precisamente na China. Nele você pode escolher entre 5 personagens para lutar em prol da unificação do país. O jogo se baseia num momento real que o país viveu e os personagens idem! Ainda que aquela divisão clássica dos tipos dos personagens (o forte/lento, o equilibrado e o rápido/fraco) não se aplique muito bem a WoF, eles são sim bem diferentes. Destes cinco, Portor é o mais fodão. Primeiro, só ele e Kassar lutam desarmados, ficando mais rápidos que os demais e suas armas. E segundo porque ele tem uma cabeçada que rebate até facas! Caceta, qualquer um que se defende de facas com o cocuruto (como diz minha mãe) tem que ser foda, caceta!

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Posição 09: Justiceiro (The Punisher)

Esse pouca gente deve conhecer, o jogo teve maior penetração (ui!) pelo Brasil nos consoles domésticos do que nos arcades. Nesse beat’em up (B’eU) de 1993, você, player 1, interpreta Frank Castle em busca de ferrar com a bunda gorda do Rei do Crime. O player 2 encarnava ninguém menos que… Nick Fury (sendo que, pela imagem dos personagens, você diria que Castle é que era o agente da S.H.I.E.L.D., com essa roupitcha azul de detalhes brancos)! Claro, isso obrigava que entre o Justiceiro e o Fury não existiam muitas diferenças em termos de características e jogabilidade. Mas a graça desse jogo (e que é mais relevante por se tratar do Castle) é a derrota do primeiro chefão. Vencido o cabra (Scully), surge um pequeno “cinematic”: Castle o segura pela gola, pistola em punho e pergunta cadê o chefe dele. Obtida a informação, Frank solta um “Thanks and good bye!” e mete uma azeitona na cara do sujeito! Com o Fury o final da cena é diferente, ele diz “Bons sonhos” e senta a bica na cara do vilão. Digaí se não é o verdadeiro Punishero?

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Posição 08: Marco & Tarmicle (Metal Slug)

Pense num jogo realmente viciante. Ação desenfreada, mutilações e inimigos correndo enquanto pegam fogo, tudo isso aliando a gráficos muito bons e detalhados, apesar de cartunescos. Pronto, se você nunca jogou qualquer coisa da série Metal Slug, pelo menos tem uma noção de como era. Em Metal Slug você comandava um agente em missão de derrubar um general despótico, ao mesmo tempo em que salvava outros agentes capturados (os famosos barbudinhos).

Quando eu jogava MS no fliperama, você não escolhia o personagem com o qual queria jogar. O player 1 pegava um loiro topetudo de casaco vermelho e o player 2 um sujeito de colete amarelo e óculos escuros. Respectivamente, Marco e Tamicle (Tarma). Bem, se a “escolha” era praticamente compulsória, tal qual em Punisher, então os personagens não podiam ser muito diferentes, né? E não eram. Marco e Tarma são idênticos em termos de jogabilidade e habilidades, só são diferentes no desenho. Eram como Mario e Luigi que só são diferentes no S. Mario 2 americano). A imagem do gameplay acima é de outro jogo da série, já com o acréscimo de Eri e Fio, duas garotas. Nessas seqüências eu não sei se os personagens foram diferenciados mas… Uarevá. O fato é que no Metal Slug original eles eram cara de um focinho de outro. Só mudava a roupa, razão pela qual ficaram na oitava posição desse top.

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Posição 07: Predator Hunter (Alien Vs Predator)

Devia ser por volta de 1995/1996 quando, ainda viúvos de Cadillac’s and Dinosaurs, que tinha sido tirada do fliperama que existia do outro lado da rua da casa da minha mãe, vimos chegar esse inesperado jogo. Alien Vs Predator fazia algo impensável até então, e com muito mais competência que os insossos filmes que surgiram muitos anos depois: colocava os alienígenas de mullets pra espancar os oitavos, nonos e décimos passageiros! A história do game gira em torno de uma invasão de aliens à Terra num futuro próximo. Dois operativos do Exército, o Major Dutch Schaefer (sim, o personagem de Arnold Schwarzenegger no primeiro Predador acrescido de uma metralhadora no lugar do braço – MASSA VÉIO! – direito) e a tenente Linn Kurosawa (uma japinha meio ninja que peita os monstregos na bala e na espada) partem pra encarar os monstros, quando recebem a inesperada (e misteriosa) ajuda de dois Predadores, um Caçador e um Guerreiro (Hunter e Warrior, respectivamente. Dãã!)

E porque o fodão é justamente o Caçador? Primeiro vamos desclassificar dois concorrentes, certo? O jogo se chama (vou dar uma dica) Aliens Vs Predators. Sacou? Os aliens tão lá, espalhados pelas fases. Então pra quê cargas d’água eu jogaria com um humano? Nem a pau de goiabeira! Ou seja, Kurosawa e Schaefer rodaram. Sobram os dois Predadores. Entre eles não há grandes diferenças não, mas o Hunter é mais manipulável. Lembro que o Warrior tinha uns pulos estranhos, meio sem cabimento ou pedido ele mandava uma voadora quando você queria socar o sujeito na sua frente e emendar uma sessão de socos e espetadas. Sem contar que a arma do Hunter (uma lança-machado, o que me dava a nítida impressão de que ele e o Warrior – que usava uma lança simples – tinham pego por engano o arsenal um do outro) era bem mais bacana, e vencer o chefe de fase Predador-louco era mais fácil com ele (o Hunter). Assim, fica esse Ronaldinho Gaúcho com a sétima posição!
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Posição 06: Tyris Flare (Golden Axe)

Golden Axe é um clássico indiscutível. Nesse B’eU medieval, você escolhe entre um anão carrancudo, um genérico do Conan e uma Red Sonja do Paraguai para sair pelas vilas porrando monstros e capangas até chegar ao maldito vilão Death Adder, conseguir sua vingança e o grande e mítico Golden Axe como prêmio.

Um dos pontos altos do jogo eram obter itens de uns simpáticos gnomos que apareciam às vezes. Sabe como você os obtinha? Literalmente enfiando o pé na bunda dos gnomos! Como disse, os personagens meio que seguiam o esquemão desse tipo de game: Gillius, o anão, era o mais forte e lento, Ax Battler (o Conan do Oiapoque) era o mais equilibrado e Tyrus, a rapariga, era a mais fraca e rápida. Além disso, ainda haviam as diferenças de magia, sendo o dragão de Tyrus era a mais fodona.
Mas nada disso importa. Quer saber porque Tyrus Flare era a mais foda? Quer mesmo? Bem, vou te dar só uma chance:

E aí, quem você escolhe? Tenho certeza que você será mais inteligente que a molecada nos tempos do fliperama e não vai escolher o Boça de sainha e meião azul, né? Sem mais, Tyris Flare na sexta posição! (para mais Tyris, clique aqui).
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Posição 05: Guy (Final Fight)

Final Fight é, juntamente com Double Dragon, um dos maiores nomes do B’eU mundial. Cria da gigantesca CAPCOM, FF conta a história de Metro City, uma cidade dominada pelo crime, até que Haggar, um brutamontes praticante de luta-livre é eleito prefeito, decidido a fazer o crime beijar a lona (curtiu essa, Jeph Loeb?). Como retaliação, a perigosa gangue Mad Gear rapta Jessica, a filha dele, que parte para resgatá-la na base dos socos e pontapés. Ele contará com a ajuda de Cody, o galãzinho namorado de Jessica e Guy, um mal-encarado praticante de ninjutsu. Salvo engano, Guy entra na briga contra a Mad Gear por ser amigo do Cody. Lembra a divisão clássica de habilidades dos personagens em beat’em up’s? Pois é, ela nasceu em Final Fight. Guy é rápido e mais fraco; Haggar é muito forte e mais lento, e Cody é o equilíbrio. Entretanto, assim como essa separação nasceu aqui, também a ideia muito comum de que o personagem equilibrado é um saco também vem desse jogo. Mas só isso seria pouco para fazer de Guy o mais foda entre os três, pois Haggar é um páreo duro com seu bigodão de Tom Selleck e os pilões assassinos. Sabe o que faz do Guy O cara? Bem, por um motivo muito simples: Haggar entrou na briga para salvar sua filha. Cody porque essa filha é sua namorada. Já Guy, bem, não sei se isso é verdade, mas sempre se dizia que ele entrou na pacadaria com vistas a roubar a namorada do “amigo”!

Que rato filho da mãe!
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Posição 04: Homer (The Simpsons Arcade Game)

O ano era 1991. Nas Tvs, era ainda o segundo ano de reinado da família amarela de Springfield. Mesmo assim, outra gigante dos games encarou o fardo de levá-los aos fliperamas. Nascia “The Simpsons, the arcade game” pela Konami.
A trama do jogo não podia ser mais simples (e bizarra para os dias de hoje): Smithers está assaltando (!) uma joalheria quando, na fuga, tromba com os Simpsons, que estão passando pela rua. Na confusão, a chupeta de Maggie e o diamante roubado voam, indo parar a pedra na boca do bebê. Smithers então foge levando a menina. Controlando um dos demais membros da família, você deve resgatar a muda caçula e derrotar o grande vilão, que não é outro senão o próprio Sr. Burns! O que esse jogo já me chupetou de fichas quando eu era moleque não está no gibi. Na verdade, ele tirou muita grana dos bolsos do meu pai, porque era um daqueles jogos com gabinetes para quatro jogadores simultâneos, então sempre jogávamos eu e meus dois meio-irmãos. E toda a grana que esse jogo nos levou era merecida. Com um nível de dificuldade razoável e gráficos ducaralho para a época, Simpsons TAG era viciante: os personagens estavam bem caracterizados (lembre-se que nos primeiros momentos de Simpsons Burns e Smithers eram vilões e só), os cenários eram ducacete (na fase da Taverna do Moe vemos Barney bebendo ao balcão e mais à frente, Gengivas Sangrentas faz um showzinho de jazz), haviam golpes combinados quando se jogava de dois, enfim, era um jogo sensacional. Mas por que escolher o Homer? Por uma série de fatores: hoje é difícil pensar assim, mas na época o provedor da família não era tão popular quanto é agora. O astro da série era o diabinho do Bart, que empolgava os moleques do mundo real com suas traquinagens detestáveis.

Assim, jogar com o Homer (o segundo personagem mais difícil de usar, perdendo apenas para Lisa) era ao mesmo tempo um sinal de comunistismo de ensino fundamental (Bart é que era foda) e um sinal visionário (Homer será o foda). A despeito disso, o filho do Vovô Simpson mostrava toda a sua fodicidade, já que era o único da família que peitava os vilões de mãos vazias! Marge dava uma aspirada na barata da vizinha com seu aspirador de pó; Bart, uma skatada na barata com o skate e Lisa, a pentelhinha, dava uma enrolada na barata da vizinha com sua corda de pular. Mas Homer não, nada de melhorias: o confronto era no peito e na raça! E se isso não bastar, o character do Homer foi muito bem pensado: seus socos são engraçados, estabanados e quase acidentais. Sua barrigada voadora faria inveja no Cap. James T. Kirk e sua pedalada no ar levaria Robinho à aposentadoria. Homer nasceu pra brilhar.
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Posição 03: Jack (Cadillacs and Dinosaurs)

C&D talvez tenha sido um dos (senão o) últimos fenômenos do beat’em up nos arcades que me lembro. No jogo, você escolhia entre quatro personagens (Mustapha, Hannah, Mess e Jack) para, num futuro pós-apocalíptico, peitar dinossauros bolados e os sujeitos malvados que deixavam esses dinos assim. C&D era baseado numa HQ chamada Xenozoic Tales, de Mark Schultz, que eu nunca li mas que contava a história de um mecânico (Jack) e uma cientista (Hannah) nesse mundo em que a ciência conseguiu reviver os dinos e começa a fazer algumas bizarrices pouco recomendadas. Pois bem, naquela gradação das habilidades dos personagens nos beat’em up, Mess (força) e Hannah (agilidade) ocupam as pontas, enquanto que Jack e Mustapha ficam no centro. Mas o engraçado é que, à despeito desse equilíbrio, Jack sempre foi o preterido nas máquinas aqui em BHCity, amargando sempre um terceiro lugar na escolha dos jogadores, perdendo mesmo para o grandalhão lesado do Mess! Bem, eram tempos de gabinetes de três players, então ser o terceiro não era lá grande derrota, mas… Na contramão, eu sempre achei o sujeito de roupa azul o mais fodão. Sei lá, mas aquela história de “Olha só, o Mustapá (como se dizia) é brasileiro, veste verde-e-amarelo!” que corria nos fliperamas nunca me enganou. Além disso, nessa telinha de apresentação dos personagens que rolava quando a máquina estava ociosa dizia que Jack era “part mechanic, part shaman” eu era um moleque e não fazia ideia do que era um “shaman”, mas um meio-mecânico eu sabia que era um ciborgue, tipo o homem de seis milhões de dólares ou os Seis Biônicos! Logo o Jack era o mais fodão mesmo!

Claro, essa teoria é tão furada quando a do Mustapha brasileiro, mas hoje não importa mais. De qualquer forma, conta a favor do mecânico o fato de que: 1) o cadillac é dele. Ou seja, sem ele o jogo se chamaria apenas “… and dinosaurs” e seria uma merda, porque não teria a segunda fase e 2) ele pega a garota no final. Sim! Entre um engenheiro (Mustapha) e um gorila albino de passado misterioso (Mess), Hannah, a cientista, escolheu o mecânico! Caceta, esse cara é foda, pombas!
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Posição 02: Cap. Commando (Captain Commando)

Cap. Commando divide a glória dos meus primeiros passos fliperamídicos com The Simpsons. Eu era um molequinho ainda catarrento quando vivi meu vício em CC e seus comandados. A história é aquela mesma de sempre: futuro apocalíptico, gangue do mal, essas coisas. O jogo era uma febre, e a máquina com ele (que existia quando a vida ainda era em preto & branco no Shopping Del Rey aqui em BHCity) era mais disputada do que profissional do sexo em início de carreira nos cabarés do interior. Gabinetão para três e quatro jogadores simultâneos, era um tal de nunca ficar vago que deixava qualquer um maluco (e fazia a alegria da administração!).
No jogo, você podia escolher entre quatro personagens: Capitão Commando, o chefe da Equipe Commando; Mack, The Knife (popularmente conhecido como “a Múmia de Boné”); Ginzu (o “Ninja preto”) e Baby Head, o bebê Commando. Acho que já encheu o saco, mas o esquemão era aquele de sempre: Baby Head o mais lento e forte, Ginzu o mais rápido e fraco. Cap. Commando e Mack os mais equilibrados, pendendo o primeiro para a força e o segundo para a velocidade.

Chuchu beleza, né? O bizarro era o seguinte: na preferência popular, Cap. Commando (o personagem) disputava o terceiro lugar com o Bebê! Cara, o personagem era bom, tinha um design legal, uma jogabilidade muito boa e uns golpes filhos da mãe, mas a geral preferia (disparado) a insossa Múmia (que na verdade é uma múmia de alien) e o “pulinho com peido” do Ninja!
Sobre Captain Commando, o jogo, tem algumas curiosidades: 1) a história se passa em uma futurística e um tanto distópica Metro City. Sim, aquela mesma de Cody, Haggar, Guy e cia. 2) Cap. Commando, o personagem, surgiu como uma espécie de “mascote” da CAPCOM, aparecendo em histórias em quadrinhos curtas no final dos manuais dos cartuchos da empresa, explicando detalhes e truques do jogo. Foi em Captain Commando, o jogo, que ele ganhou alguma personalidade e razão de existir, bem como seus amiguinhos do barulho com os quais aprontou altas confusões.
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Posição 1: Adam (Streets of Rage)

E o título de campeão deste post fica por conta de um beat’em up classicão que simplesmente… nunca foi de arcade. Streets of Rage (Bare Knucle no original) foi praticamente a resposta da SEGA ao arrebatador Final Fight da Capcom/Nintendo, lançando um bom bater e andar urbano para seu console de 16bits, o Mega Drive.
A história não diferencia muito de outros jogos do gênero em cenário urbano: a criminalidade impera numa metrópole, sob o comando do maléfico Mister X. Cansados da corrupção presente na cidade e mesmo na polícia, três policiais, Adam, Axel e Blaze resolvem partir pras ruas e limpar o império de Mister X na base do pé na porta e soco na cara. Pra ajudar nos maiores perrengues, o trio conta com um carro bombardeiro da polícia, que dispara um tiro de bazuca (!!) em seu socorro.
Exceto pelo carro de polícia, SoR não era inovador em absolutamente nada (talvez o fato de ter uma gostosa urbana e um negão como personagens jogáveis) e seus personagens serem, teoricamente, pouco diferenciados em matéria de gameplay.
Mas acontece que eles eram policiais, e tudo o que não pareciam era serem policiais! Veja bem, Blaze se vestia como uma prostituta barata da Guaicurus (inclusive, numa das fases do jogo, se enfrentava duas vagabundas idênticas a ela), Axel parecia um daqueles brigões de rua genéricos e Adam, um marginalzão assaltante de velhinhas! Isso fez com que eu sempre achasse que eles eram é membros da gangue que queriam controlar tudo na base da porrada, dar um golpe de estado (hei! Tá olhando o quê? Eu era moleque e não sacava nada de inglês!)! Além disso, sei que vai soar repetitivo, mas Adam era negro, por isso era o meu favorito. Na época em que o personagens negros de maior destaque nos games ainda eram Dhalsim e Balrog, fazia muita diferença um afronegão sentando o sarrafo na galera com gosto. Pelo menos pra mim fazia. (claro, sem falar da voadora absurda que ele dava).

Entretanto, nem tudo eram flores, e no aguardado Streets of Rage 2, Adam foi substituído por seu irmão menor, o insuportavelmente inútil Sammy/Skate. Uma droga. Muito depois descobri que ele não aparecia no jogo porque tinha sido sequestrado pelo conglomerado do crime, o que motivara seus ex-parceiros a novamente quebrarem algumas mandíbulas nas ruas.
Uma pena que SoR morreu no segundo jogo, uma vez que o terceiro (com Blaze e Axel unindo forças a um ciborgue com cara de velho e um canguru lutador de boxe), tenha ferrado com tudo. Pra quem era fã do jogo, ainda se acha por aí na net um joguinho portável de PC chamado Streets of Rage Remake, legal pra dedéu e fiel aos originais, com a opção de se escolher entre todos os personagens de todas as versões (o ninja Shinobi e o Canguru são personagens secretos).
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Posição 0,5: Percival (Knights of the round)

Pegue uma história praticamente universal (o rei Artur e seus cavaleiros), misture com “Golden Axe” e, voilá, você terá Knights of the round! KotR foi um beat’em up mais ou menos obscuro (eu joguei-o ferozmente durante um mês que passei em uma cidadezinha do Rio, há bem mais de 15 anos atrás). Depois tomei conhecimento dele para consoles domésticos (SNes) e pude matar a saudade.

KotR conta a história de Artur e seus dois cavaleiros mais próximos, Lancelot e Percival que, após Artur obter a Excalibur da pedra, são orientados por Merlin a destronar o perverso Rei Garibaldi (não, não é a grande ave amarela) e unificar a Inglaterra. O grande barato do jogo é que, diferente de Golden Axe, por exemplo, durante a jornada seu personagem vai evoluindo e mudando de armadura e armas (nos arcades isso atingiria o auge nos D&D’s da CAPCOM, uns anos depois). Claro, essa evolução é automática, e acontece à medida que você adquire pontos, independente de sua vontade por um caminho ou outro. Com isso, por mais evoluídos que sejam, Lancelot sempre será o mais rápido, Percival o mais forte e Artur, o mais equilibrado (e KotR é o único jogo em que essa distribuição – com Artur mais balanceado – faz algum sentido). Mas a grande pergunta é: o que fazia de Percival o mais foda dos personagens? Primeiro, porque, independente de ser um cavaleiro da Távola Redonda, próximo do (futuro) grande rei de toda a Inglaterra, Percival lutava com um machado gigantesco! Enquanto Artur tinha a Excalibur, o viadinho do Lancelot uma espada que mais parecia um florete, Percival, o galês, detonava os soldados do rei Garibaldi com um fucking machado!
Outro ponto foda foi o upgrade que a Capcom deu no galês: todas as histórias do Rei Artur que eu já tinha lido colocavam-no (o Percival) como uma espécie de Chico Bento da Távola, um caipira jacu que, enquanto todos os cavaleiros se ferravam na busca pelo Graal, não só o encontrou como dispensou porque não sabia o que era. Em resumo, o Percival da lenda era um bananão de dar vergonha, mas a Dona Capcom aceitou isso? Não! Meteu no lugar um bárbaro de machado! Isso é que é unificar as coisas, seu Artur!

Mas apesar de tudo, nada disso é o grande ponto de vantagem do galês. Observe a imagem acima, do gameplay. O que você vê? Um membro de boyband (cabelinho loiro capacete) anabolizado, de torso nu com um machado, certo? Agora, volte lá na segunda imagem que coloquei deste jogo, onde se vê os três personagens e me diga: qual deles é o Percival?
Não adianta esfregar os olhos: com muitas e muitas lutas, Percival, o galês, outrora um loirinho cabelinho de tigela hiperdiginvolve para… um afro-europeu careca e barbudo, praticamente um mouro! Duvida? Espia aí abaixo o “antes e depois” do rapaz:

Rá! Mas você deve estar pensando: como uma inconsistência dessas pode ser fator para colocar um sujeito como o mais foda de um jogo de beat’em up? Inconsistência para você, meu chapa, que não sabe que a evolução da masculinidade é se tornar black, careca e de barba… Bwahahahahahahaha


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