Desde o século passado (literalmente) que se fala sobre a continuação do tosco filme do Spawn estrelado pelo Michael Jai White e eis que surge uma novidade deveras curiosa sobre o projeto.
Todd Macfarlane deu uma entrevista ao Jornal O Globo sobre o lançamento do um livro com trabalhos seus como desenhista e foi questionado sobre o novo filme do Soldado do Inferno. Entre outras coisas, ele deixou escapar também que haverá uma nova série animada com o personagem.
Confira:
Neste momento em que lança a coletânea “The art of Todd McFarlane”, o senhor finaliza um roteiro para um novo filme do Spawn com a meta de dirigi-lo. Em que pé está esse projeto, de que forma ele se aproxima do longa anterior, de 1997?
Spawn só volta para as telas se eu dirigir a adaptação dos quadrinhos. A condição é essa porque eu quero fazer uma produção muito pequena, cujo custo não chegue a US$ 10 milhões, para poder ter a liberdade de fazer um filme adulto, consistente. Robert Rodriguez conseguiu fazer “Sin City”, em parceria com Frank Miller, do jeito que o quadrinho merecia, porque filma barato, do jeito dele, com controle do corte final. Estou finalizando o roteiro com a certeza de que será algo sem ligação alguma com o filme de 1997. Nem falas Spawn terá, porque eu quero fazer com ele não uma aventura de super-herói e sim um filme de horror, sobre um vigilante que se move nas sombras. Na história que criei, Spawn veio do inferno. Nada mais adequado.
De que maneira o senhor, um desenhista de formação, prepara-se para dirigir?Eu tenho Hitchcock como padrão estético: ele sugeria em vez de escancarar, fazia o medo a partir da música, de movimentos sutis de câmera. Quero isso. Cresci vendo filmes de terror de verve realista, como “A profecia” e “O exorcista” e queria repetir essa estrutura, abrindo mão de ter um supervilão. O medo viria da presença do Mal. O engenho cinematográfico viria das formas de apreensão desse Mal pela câmera. Spielberg matou todo mundo de susto com “Tubarão” sem mostrar o bicho, usando só os acordes da trilha sonora para indicar que ele se aproximava. E, até hoje, aquele filme, feito em 1975, assusta.
E o que falta para filmar?
Falta ter o sinal verde de um estúdio que banque a minha liberdade, o que não está longe, pois já estou conversando com alguns atores de peso que se interessam pelo personagem. Já procurei inclusive um ator ganhador do Oscar (McFarlane mantém o segredo por conta da negociação, mas os boatos em Los Angeles falam de Forest Whitaker e Cuba Gooding Jr.) para protagonizar o projeto. O que facilita a minha negociação é que tenho o projeto de uma nova série de animação para a TV com o personagem, diferente do que se fez no passado (em 1998, “Spawn” virou série animada na HBO), o que interessa investidores e produtores.
Veja a entrevista no site do Globo.
O que eu acho disso? Sei não, 10 milhões dólares hoje em dia seria o preço da computação gráfica pra fazer aquela capa interminável do Spawn. E já que ele vai entrar mudo e sair calado do próprio filme quem sabe o Rodrigo Santoro não tem chances no papel?
Já a “animação pra atrair investidores com certeza deve ser algo mais leve indo na contramão do filme. E outra: o Mcfarlane tá cheio de menções a filmes clássicos como O Exorcista, a Profecia e as obras do Hitchcock, mas ele também citou o Frank Miller e o fato é que da última vez que um cartunista se meteu a cineasta o resultado foi isso aqui: