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Mais um quarto mundo vai pra vala mais cedo do que se esperava…

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… E esse foi aqui, bem pertinho.

A notícia vem direto do Blog dos Quadrinhos do Paulo Ramos: o coletivo Quar4o Mundo, que em sua fundação contava com gente como Cadu Simões (Homem Grilo), Will (Sideralman), Daniel Esteves (Nanquim Descartável) e tantos outros, está encerrando suas atividades.

Nascido há cinco anos (no FIQ 2007), o coletivo tinha a proposta de fomentar e fortalecer a produção nacional (e independente) de quadrinhos. Esse objetivo foi alcançado não só com a produção de um grande catálogo de materiais por parte do coletivo (com aproximadamente 50 títulos), como pela promoção de palestras, oficinas e participações em um tanto de eventos de quadrinhos Brasil afora, sem falar dos prêmios obtidos, ora coletivos, ora individuais.

O Brasil que vê o Quar4o Mundo acabar é muito diferente do Brasil que viu a proposta nascer, sobretudo em termos de produção independente de quadrinhos. Hoje há um volume de publicações bastante grande, há outros grupos surgindo, novos artistas. O fim do Quar4o Mundo, acontece com a sensação de missão cumprida, porque deixa uma história, uma aprendizagem, a demonstração de que um caminho havia e era possível – bastava o esforço.

Cadu Simões, nosso chégas, deu um apanhado do estado da arte e do fim do coletivo:

Não faço mais parte do Quarto Mundo desde outubro de 2009. Uma série de fatores me levou a sair do coletivo, mas a principal é que as funções que eu desempenhava lá dentro estavam me sobrecarregando, a ponto de não sobrar mais tempo hábil nem para minha produção pessoal. Dali pra frente, continuei apenas ajudando o Quarto Mundo nas vendas dos quadrinhos em alguns eventos, mas já não tinha mais nenhuma relação na administração do grupo ou participação ativa dentro do coletivo.

O Quarto Mundo foi muito importante para o meu aprendizado como quadrinista, tanto pelo acertos, quanto pelos erros (o qual procuro não repetir no Petisco Webcomics, o coletivo do qual agora faço parte). Não vejo seu fim como algo ruim, mas como uma jornada concluída.

A principal proposta do Quarto Mundo era ajudar a fortalecer um “mercado” de quadrinhos independentes que funcionasse em sinergia com o mainstream. E isso de fato aconteceu. A melhor amostra disso é o FIQ.

No primeiro FIQ que o Quarto Mundo participou, em 2007, havia, se não estou enganado, três estandes de quadrinhos independentes, sendo que um era o do Quarto Mundo, o outro da Graffiti e outras publicações independentes de BH (e que mais tarde também iriam integrar o Quarto Mundo), e o terceiro reunindo a galera dos “Quadrinhos Dependentes” (mas ainda não com esse nome).

Já no último FIQ, de 2011, havia uns 10 estandes reunindo grupos de quadrinistas independentes, e diversos outros que estavam com bancadas, como foi o meu caso com o Petisco. Uma evolução e tanto, não?

Diante desse novo cenário, um grupo tão grande e com tantos membros como o Quarto Mundo não faz mais sentido, já que há diversos outros grupos ocupando o espaço nos eventos e alimentando a produção independente, como é o caso do próprio Petisco.

Ou seja, o Quarto Mundo pode ter acabado, mas seus ideais continuam firmes e fortes em diversos outros coletivos independentes que continuam mantendo a produção de quadrinhos viva por todo Brasil, seja de forma impressa, ou online na Internet.

O Quarto Mundo está morto. Vida longa ao Quarto Mundo. =D

Enfim, pra quem for de São Paulo e quiser, os quartomundistas vão fazer uma festa para beber o morto: no dia 15/12, às 18h, na HQMix Livraria. E eu te digo uma coisa: se tem uma coisa que esses viadoss, bichasss e viadosss sabem fazer além de quadrinhos, é encher a cara – O Mallandrox que o diga! Portanto não perca a festa!


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