A Time Warner, a segunda maior operadora de televisão dos EUA, anunciou um lucro trimestral bem abaixo das expectativas – o que baixou suas ações em mais de 6% – e isso foi causado pela incrível perda de assinantes.
Vale ressaltar que isso é comum em todas as empresas de TV a cabo: com a crise dos EUA, os consumidores têm cortado gastos supérfulos e têm substituído os serviços de canais a cabo por serviços similares pela internet, como o Netflix ou o Hulu – o total de assinantes perdidos pela Time Warner foi de 140 mil assinantes no terceiro trimestre
Curiosamente, essa notícia saiu junto com uma nota no Meio e Mensagem que eu li hoje que fala sobre o investimento de mídia no país no período janeiro-agosto. Enquanto os canais a cabo caem lá fora, as empresas brasileiras estão aproveitando o crescimento da classe C e, com isso, registraram um aumento de verba publicitária de 65% YoY – só a internet registrava um aumento tão substancial assim. Aqui, a TV acabo está tão forte que, muito em breve, deve passar os investimentos em internet, que atualmente ocupa o terceiro lugar. Veja aí o quadro:
Bom, vamos lá. Primeiro analisando a situação norte-americana. Temos um país em crise, uma população com vasto acesso a TVs em HD, videogames com netflix e smart TVs que já possuem o Netflix. Lá nos EUA, o Netflix custa 7 doletas, beeeem mais barato que um canal de TV a cabo, o que resultou em mais de 30 milhões de usuários (números de março desse ano).
O arquivo da Netflix lá fora é muito mais vasto que o da Netflix brasileira – tem uma porrolhada de seriados, filmes que acabaram de sair e muito mais. Por demorarem demais a perceber que a internet não é sua concorrente, mas sua amiga, os canais a cabo estão cada vez mais perdendo espaço para serviços de streaming como o Netflix, Hulu, Amazon Video e muito mais. Mais barato, flexível (você assiste quando quiser) e sem intervalos comerciais.
O Brasil já vive uma realidade completamente diferente: os Brasileiros ainda não têm a aparelhagem técnica para rodar um streaming de vídeo, a classe C está em grande crescimento, as operadoras de TV a cabo estão apostando muito na popularização da HDTV e a Netflix brasileira ainda está correndo atrás de um conteúdo realmente relevante (está melhorando, mas ainda precisa de muito mais).
Mas sobre a Time Warner Cable, é de se esperar que isso seja o caminho natural, onde o conceito de visualização do conteúdo seja em todos os tipos de mídia possíveis – principalmente no mundo de hoje, onde a questão da mobilidade está tão intrínseca na tecnologia que muitas vezes fica difícil delimitar a barreira de cada um.
No Brasil, pelo andar da carruagem, essa mudança vai demorar… Mas espero que chegue logo, pois aguentar o Warner Channel transformando um filme de uma hora e meia em três horas só para colocar comerciais e chamadas
e dose pra mamute!