E que tal a bagaça? Confira ai, mas teje avisado que a resenha tem uns spoilerzinhos de leve.
Pois é, alanmoorezetes, já faz uma semana que saiu o primeiro prequel de Watchmen e eu, correndo o risco de ser amaldiçoado pelo senhor barbudo do caos, conferi a revista.
Hollis Mason, o primeiro Coruja, está finalizando sua biografia, e é através das lembranças dele que o autor Darwin Cooke nos apresenta, um a um, os integrantes dos Minutemen. Cada vigilante tem sua própria sequência na hq, algumas bem curtas como a do Dollar Bill que só toma uma página (mas é interessante), outras um pouco maiores, como a do próprio Coruja e a da Silhouette, com 4 páginas cada.
São sequências bem feitas, que não contradizem as características de cada personagem apresentadas por Alan Moore, mas os "detalham ou expandem" um pouco mais. Sobre o Justiceiro Encapuzado, por exemplo, na série original, foi citado que agia com uma selvageria que assustava os bandidos. Já em Minutemen 1, subentendi que ele mata os criminosos que está perseguindo. A primeira Espectral, na obra de Moore, é citada como uma heroína que se aproveita de seus feitos pra alavancar sua carreira de modelo, e conta com um empresário para ajudá-la nisso. Aqui, seus feitos são mostrados como armações, jogadas de marketing mesmo.
Visualmente, gosto muito da arte do Cooke e acho que o estilo dele, bem retro, casa bem com um prequel dos "homens-minuto". Como já dava pra perceber na prévia divulgada terça feira passada, ele abriu mão dos recursos visuais usados na série original, como o da capa ser o primeiro quadrinho de cada edição, ou o padrão de 9 quadros por página mas, embora eu lamente a ausência da jogada com as capas, a diagramação das páginas ainda lembra um pouco a obra de Moore e Gibbons, e faz transições de quadros muito boas, algumas com recursos não usados em Watchmen mas que funcionam muito bem nessa hq. Nada inovador, mas a narrativa é bem feita, o que já era de se esperar do autor de DC: A Nova Fronteira.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas CLARO que tem suas pisadas na bola. A narração, sob o ponto de vista do Hollis Mason, não deixa claro se vem dele relembrando os fatos ou se são trechos de sua biografia. Algumas passagens dão a entender serem trechos da biografia, o que cria problemas, como o fato do Comediante ser citado como Edward Blake, fato que não era de conhecimento público na série original onde o livro já havia sido publicado. Acho importante esclarecerem isso nas próximas edições. Uma explicação possível, como aqui ele acabou de escrever o livro, é a de que esses seriam trechos da versão inicial, que pode ter passado por cortes e revisões depois que suprimiram essa e outras informações.
Mas o grande problema da hq é o mesmo que vai acompanhar todos esses prequels . Basicamente, Minutemen pretende contar a história do grupo, do início ao fim, e isso já foi feito por Moore resumidamente nos capítulos da biografia de Mason presentes na série original, então resta a Cooke tentar introduzir coisas interessantes em meio a isso. Por mais que a narrativa seja muito boa e, comparada a grande maioria dos comics, a hq valha a pena, ela não supera o estigma da falta de originalidade, de ser apenas parte da obra de Moore sendo requentada. É o preço que se paga ao retomar uma obra da grandeza de Watchmen: não dá pra comparar essa hq com qualquer outra, a comparação sempre será com um dos maiores quadrinhos já feitos.
Nota: 7,5
P.S.: No final temos as duas primeiras páginas de Curse of the Crimson Corsair, a hq de piratas em série que vai sair picotada em todas as edições de Before Watchmen. Por duas páginas, não dá pra dizer muita coisa, a não ser que a arte de John Higgins me agradou. Vamos ver que relevância essa hq vai ter já que, diferente da história de piratas presente em Watchmen, que era intercalada com os eventos da série, essa vai ser uma hq completa, fechada. A DC vai disponibilizar essa hq online gratuitamente, conforme cada edição sair, então acesse esse LINK todas as quartas feiras e confira você mesmo.
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