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Os Vingadores Comem Bebês?

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Parece que aquela piada do Thor sobre o Loki ser adotado virou alvo de uma polêmica com algumas famílias e organizações de pais e filhos adotivos.






THOR: Não fale assim de Loki. Ele é um asgardiano e é meu irmão.
VIÚVA NEGRA: Ele matou oitenta pessoas em dois dias.
THOR: Ele é adotado.





Segundo o Bleeding Cool uma dessas organizações teriam enviado uma petição a Marvel exigindo uma retratação e ameaçando boicotar o filme (nossa, eles devem estar tão preocupados com isso enquanto contam seus milhões de dólares de bilheteria). Eis um trecho da declaração:




De acordo com seu roteirista, o fato de que ele foi adotado é a razão pela qual ele é um cara mau!

Ser adotado não é algo para ser usado como alvo de piadas! Marvel, imediatamente deixe de utilizar a adoção como alvo de piadas e emita um pedido público de desculpas à comunidade de adoção!





O Bleeding Cool sabiamente lembra que se formos imaginar que este momento está ali como uma mensagem do roteirista, significaria incluir no mesmo raciocínio outro momentos politicamente incorretos como quando o próprio Loki afirma que a humanidade QUER ser subjugada ou quando o Capitão América diz que só existe UM Deus, e que ele não se veste assim (como Thor e Loki). Eu incluiria também a parte em que o Capitão interrompe o discurso do Deus da Trapaça e o compara a Hitler, mas apenas se referindo ao ditador como "um homem na Alemanha". Até o momento nenhum alemão reclamou disso.

Bom, eu ri da piada como quase todo mundo, mas acho ela um ponto fraco num filme repleto de piadas excelentes. Por que ela ofende as pessoas adotadas? Não, porra! Porque o Thor NUNCA diria aquilo sobre o irmão! HAUHAUAHUAHA!!!!
E estou falando do Thor do filme mesmo. Num minuto ele tava quase em prantos pedindo pro Loki voltar pra Asgard dizendo que eles eram iguais pois foram criados assim e no seguinte me manda essa frase nada a ver como se assim pudesse se desvincular e a sua família da sanha assassina do Loki. Foi claramente um momento "perco o amigo, mas não perco a piada" do Joss Whedon.

Agora, o que é um ABSURDO é essa justificativa frouxa na qual se ampara a crítica. De que Whedon ou a Marvel quiseram passar "sua visão de mundo" através de uma piada que somente está ali como formar de quebrar a tensão da narrativa. Parece mais uma vez a patrulha do politicamente correto mais uma vez reacendendo a discussão sobre os supostos limites do humor apelativo, algo que nós cansamos de ver volta e meia aqui no Brasil.




Claro que qualquer pessoas adotada ou pai de um filho adotivo tem o direito de não gostar da piada. Mas daí a querer impedir a piada já vão outros quinhentos. Isso me lembra de um homem que conheci no ano passado.

Quando proibiram a exibição no Brasil do longa-metragem A Serbian Film - Terror Sem Limites, acusado de fazer apologia a pedofilia, houve uma manifestação em frente ao Cine Odeon no Rio de Janeiro, envolvendo várias pessoas (incluindo o distribuidor do longa no Brasil que negava essa suposta apologia a pedofilia) que estavam participando de um Festival de Cinema Fantástico em que o filme seria exibido e lembro de um senhor discursando em cima de uma cadeira com bastante lucidez argumentando que ele NÃO gostou do filme, NÃO tinha intenção de assisti-lo no Festival, mas JAMAIS concordaria com a sua proibição no Brasil (a qual segundo algumas pessoas alegam não caracterizava censura, já que apenas se cumpriu a lei) e que graças a uma atitude que ele classificava como arbitrária estava ali defendo uma obra que ele não gostava ou mesmo se arriscando a ter sua imagem vinculada a algo que ele não aprovava porque ele queria ter o DIREITO de decidir por si mesmo se gostou ou não daquilo.

Sempre me lembro das palavras desse senhor nesses casos. Detesto programas como Pânico e CQC (ou o que esse último se tornou). Adorei Os Vingadores e, como disse, ri da piada, mas não acho por isso que um filho adotivo valha menos que um filho biológico.

As vezes uma piada é só uma piada, não importa se tem graça ou não. As vezes não existe nenhum objetivo oculto do autor por trás dela, a não ser tentar ser engraçado. E as vezes a maldade está nos olhos de quem vê. O que eu não acho graça é como estamos nos idiotizando e subestimando a inteligência das pessoas de poderem, como indivíduos, acreditar (ou não) naquilo que elas mesmas decidirem.



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