
Dando continuidade ao Top com três séries de gêneros diferentes, enquanto os japoneses curtem nos cinemas o filme Gokaiger Vs. Gaban.
11 - Defensores da Luz Maskman

Gênero: Super Sentai
Ano de Produção: 1987 a 1988
Assim como a maioria dos Super Sentai, Maskman contava a história de cinco jovens corajosos reunidos por um homem, no caso o Chefe Sugata, para enfrentaram alguma ameaça a Terra... ou alguma ameaça a Tóquio, tanto faz. Uma das principais diferenças de Maskman pra outras séries é que a ameaça em questão não vinha do espaço sideral e sim de dentro do próprio planeta Terra, O Império Subterrâneo Tube, liderado pelo Rei Zehba, cujo visual ficou parecido até demais com o Monarca La Deus dos Flashman.
Anteriormente o povo subeterrâneo vivia em paz, até Zehba destruir a Família Real Tube. Os membros restantes passaram a servir Zehba para tentar honrar o nome da Família Real. São as duas Princesas, completamente diferentes entre si: Igan, irascível e violenta e Ian, sensível e meiga. Ian é enviada como espiã para a superfície com o nome de Miho e se apaixona perdidamente por Takeo, na verdade o Red Mask, líder dos Maskman, que ocultam suas verdadeiras identidades trabalhando como uma equipe de corrida de carros! A história começa com Ian/Miho tentando avisar Takeo da invasão e sendo congelada a mando de Zehba no primeiro capítulo. A partir daí o herói não mediria esforços para resgatar sua amada.
Outro detalhe particular da série Maskman era o Poder Aura, fonte de energia dos heróis (semelhante a Força Terrena dos Changeman só que bem mais explícito), a qual era alcançada através de meditação. Eles meditavam até pra usar o canhão! A série segue com algumas surpresas e surgimento de alguns novos personagens. O problema é que nada emplaca na trama do seriado.
O Cavaleiro Ladrão Kiroz surge como um renegado apaixonado pela Princesa Ian e disposto a acabar com Takeo para libertá-la. Mas logo até o jovem Blue Mask o derrota SEM ESTAR TRANSFORMADO. Tal qual ocorreu com Flashman, os Maskman também ganham um segundo robô gigante (após o primeiro ter sido tragado pro fundo da Terra num episódio memorável envolvendo uma armadilha planejada pelo vilão Anagumaz para a Pink Mask) só que descobrem que este robô estava VIVO! Mas esse conceito que poderia ser inovador é deixado de lado durante quase toda a série. Também surge pela primeira vez um sexto integrante numa equipe Super Sentai, o Mask X-1. Mas ele só fica durante um episódio.
Outros vilões como Barabass e o velocista Oyoubu passam longe do carisma de um Buba ou um Kaura e o único interessante, o estrategista Anagumaz, é um boneco que se limita a passar quase o seriado todo jogando críquete. Deve ser tipo o xadrez do mundo subterrâneo. Conforme a saga avança, Akira/Blue Mask é dominado pelo espírito de um lendário espadachim subterrâneo, Ian/Miho é descongelada e é revelada que o rei Zebha é na realidade o Monstro Lethal Dougla, filho de um outro monstro conhecido como Lizzard Dougla que havia sido destruído pela família real subterrânea. Zehba comeu a carne do próprio pai ao nascer e descobriu que a fonte de seus grande poderes era a desunião entre as Princesas Ian e Igan.
Ao perceber que foi usada durante todo esse tempo Igan ajuda os Maskman e sua irmã a vencer Zehba e depois parte em uma peregrinação para se punir. Já Takeo e Ian não ficam juntos no fim pois sobrou pra ela voltar e reconstruir o reino de sua família.
10 - Jiban - O Policial de Aço

Gênero: Metal Hero
Ano de Produção: 1989 a 1990
O gênero Metal Hero nunca mais havia feito o mesmo sucesso após a trilogia dos Detetives Espaciais. Jaspion, Spielvan, Metalder e Jiraya não alcançaram no Japão o mesmo prestígio de Gaban, Sharivan e Sheider (situação quase inversa a ocorrida no Brasil, exceto por Sharivan ter feito mais sucesso que Spielvan). Dos quatro últimos, Jiraya foi o que se saiu melhor, tanto que foi o que teve mais episódios e cogitou-se fazer uma continuação na sua temporada seguinte.
Porém, devido ao grande sucesso do filme Robocop - O Policial do Futuro, foi produzida uma série totalmente inspirada no filme norte-americano, Jiban - O Policial de Aço. E não é que a aposta deu certo? Jiban foi um grande campeão de audiência no Japão e até hoje faz sucesso quando seus episódios são reprisados, lembro de um amigo que morava no Japão a uns 5 anos e me disse que Jiban estava bombando na TV de lá, mas ninguém sabia quem era Jaspion. Ele também foi o responsável pelos Metal Hero seguintes continuarem focando em policiais. Definitivamente os japoneses curtem uma série policial, seja ele um detetive do espaço ou um ciborgue da Terra, que era o caso de Jiban.
A história conta as aventuras do policial Naoto Tamura que após salvar o cientista Dr. Igarashi e sua neta Ayumi da Organização Biolon fica entre a vida e a morte, mas renasce como um ser meio homem, meio máquina disposto a defender a justiça. Qualquer semelhança com Alex Murphy NÃO É mera coincidência. A "equipe Jiban" também conta com os robôs Halley e Boris para auxiliar o herói. Na Central de polícia Naoto tem que esconder sua identidade secreta de seus superiores, a valente e invocada Yoko, com quem sempre pinta um clima, e o malandro e atrapalhado Seichiro, que no fundo tem inveja dele. Hilário e inesquecível o episódio em que Seichiro surta e pensa que é o próprio Jiban disfarçado de Seichiro.
A organização Biolon era comandada pelo Dr. Jean-Marie (cujo visual inspirou um certo MDM huahauhauha), cientista louco "nascido" dos dejetos químicos das indústrias do Dr. Igarashi, conforme revelado no último capítulo. A grande criação de Jean-Marie era a criatura Madogarbo, grande rival de Jiban, pois foi construída a partir de suas células. Se Jiban é o Robocop japonês, Madogarbo é o equivalente a um Frankestein. Outra inimiga "nascida" da poluição surge no meio do programa para infernizar ainda mais a vida do Policial de Aço, A Rainha Cosmos, que surgiu a partir do lixo criado pela Corrida Espacial (é sério) e queria, por alguma razão, que as mulheres dominassem o mundo!
Algumas coisas em Jiban sempre me incomodaram. Por exemplo, a falta de mobilidade do herói, que de fato se movia tão lmitadamente como o próprio Robocop, mas conseguia lutar com criaturas que pareciam bem mais ágeis. Inclusive isso fez com que o protagonista fosse um dos que mais faziam uso de equipamentos diferentes em cena, o que por vezes era maçante quando você queria ver uma luta mano a mano. Outra coisa era o óbvio fato de que a Toei parecia que não sabia direito como tratar do tema ecologia dentro duma obra de fantasia como os tokusatus. Desde criança, tanto o Dr. Jean-Marie quanto a Rainha Cosmos, me soavam estranhos. Principalmente ela cujos poderes pareciam mais mágicos do que cósmicos. E, pelo menos na minha memória, ela era muito mais poderosa que o Doutor e não precisaria se aliar a ele em grande parte do seriado para vencer Jiban a não ser em algum momento específico, assim como aconteceu antes com Dell-Star e Dokusai em Jiraya.
Basicamente a série era desde a abertura focada em Naoto e na pequena Ayumi, que ele tratava como irmã e a grande reviravolta da trama ocorre quando perseguida por Biolon, Ayumi é forçada a usar um anel bomba. Para não destruir o herói ela pula de uma cachoeira e desaparece por longos episódios. Ayumi é uma espécie de versão bem mais tolerável da insuportável Nana dos Changeman e o desespero de Naoto em salvá-la se tornou a mola propulsora da produção. Começa uma árdua jornada de Jiban atrás da menina que depois descobre-se desmemoriada até ser novamente caçada por Biolon e pela Rainha Cosmos... e ainda com o anel no dedo.
Todo esse enredo em suspenso no ar foi um grande trunfo do programa que foi ganhando contornos cada vez mais dramáticos, chegando a um momento decisivo em que Madogarbo e a Rainha Cosmos matam Jiban! Claro que ele ressuscita depois, mas que foi foda foi! Conforme a história do sumiço de Ayumi e do anel bomba vão se resolvendo Jiban vai finalmente tendo seu confronto final com seus inimigos... e vários aliados morrem no meio do caminho. Assim, de uma mera cópia sem a mesma graça do Robocop, pouco a pouco Jiban foi se tornando uma saga épica. Conforme se aproximava do final a qualidade foi melhorando, algo que ironicamente ocorreu também com Jaspion.
Uma última curiosidade é que os dois últimos capítulos da série jamais foram exibidos pela Rede Manchete, nem sequer dublados. Mas com o lançamento do DVD de Jiban o final da série finalmente ganhou uma versão em português com o dublador Figueira Jr. (a voz do Fry do Futurama e do Andróide 17 do Dragon Ball) substituindo o falecido Carlos Laranjeira, lendário dublador de inúmeros tokusatsu, como a nova voz do herói.
9 - Spectreman (Spectroman)

Gênero: Kyodai Hero
Ano de Produção: 1971
Planeta: Terra
Cidade: Tóquio
Quem Poderá Intervir? SPECTREMAN!
Kenji é um andróide com um forma humana escolhido pelo Dominantes do Espaço, membros de uma espécie de Federação Galáctica que patrulham o Universo num planeta artificial conhecido como Nebula - 71, qualquer semelhança com a Nebulosa M-78 é mera coincidência (ou não), para proteger a Terra (ou Tóquio vá lá) da ameaça do Dr. Gori e seu ajudante Karas. Gori era um símio terrorista em seu planeta, um cientista rebelde com intenções bélicas que foi condenado a morte. Salvo pelo oficial Karas, se aliou a ele e fugiram juntos para a Terra. Aqui Gori ficou encantado com nosso ecossistema e penalizado pela forma como os humanos o destruíam. Decidiu então conquistar nosso planeta criando monstros gigantes a partir da poluição.
O que o cientista não esperava era que Spectreman intervisse. Para se disfarçar Kenji trabalhava como membro da Divisão de Controle de Poluição, que era o equivalente a Patrulha Científica em Ultraman, e era transformado pelo dominantes numa espécie de andróide que podia assumir uma forma gigantesca, caracterizando-o como um Kyodai Hero. Diferente das demais produções citadas até aqui e produzidas pela Toei, uma espécie de Marvel das produtoras japonesas, a série Spectreman foi criada pela P-Productions, que não tinha a mesma grana de sua concorrente, porém, contava com muita criatividade. Estes dois aspectos podem ser notados em Spectreman.
As cenas das lutas eram tecnicamente inferiores até ao primeiro Ultraman (aquele que a máscara derretia por causa das luzes do estúdio). Com direito até a monstros reaproveitados e alguns combates, como a do primeiro capítulo, onde você mal entende o que está acontecendo, a P-Productions também passava longe do resultado que tornou a Tsubaraya, produtora dos Ultras e uma espécie de DC das produtoras japonesas, conhecida em todo mundo.
Mas em compensação, a trama dramática e muitas vezes pesada, o vilão super carismático e a forte mensagem ecológica (bem mais contundente que a do Spielvan ou Jiban por exemplo) cativaram o seu público. Fez um megasucesso no Japão onde concorria diretamente com O Regresso de Ultraman e repetiu o sucesso aqui no Brasil, se tornando um dos mais queridos tokusatsus pelo público brasileiro.
Pra uma geração que cresceu na virada dos anos 80 pros 90 Ultraman e cia. não faziam mais tanto sucesso, mas as aventuras de Kenji estavam no auge no Programa do Bozo. No entanto, uma grande crítica que Spectreman sofreu é que ele era um plágio do Ultraseven (ou Ultrasete na dublagem brasileira). Afinal, Ultraseven nada mais era que uma versão dramática e madura da fantasia inocente do primeiro Ultraman e Spectreman... era uma versão dramática e madura da fantasia inocente do primeiro Ultraman. Uma grande diferença é que o herói da Nebulosa M-71 nem sempre aparecia como gigante, como os da Nebulosa M-78. Uma grande curiosidade é que o ator Jiro Dan foi o primeiro escolhido para o papel principal de Kenji, mas recusou e acabou indo fazer o Hideki Goh/Ultraman Jack em O Regresso de Ultraman. Kenji acabou sendo interpretado por Tetsuo Narikawa, que era carateca na vida real, embora raramente lutasse no seriado. Narikawa infelizmente faleceu em janeiro de 2010.
Até os produtores acertarem o programa também foi um parto. No episódio piloto a série chama-se Choujin Elementman, e o herói era todo vermelho e combatia apenas Karas. Após algumas modificações, como visual e máscara de Spectreman (que só aí passou a atender por esse nome), a partir do primeiro episódio o Dr. Gori entrou e tomou conta até do título do seriado, Uchu Enjin Gori (Gori - O Macaco-Espacial), com Karas tornando-se o assistente fanfarrão e "mestre dos disfarces" que todos conhecemos. Só que após reclamações dos telespectadores houve outra mudança de nome do seriado, que passaria a se chamar Uchu Enjin Gori Versus Spectroman e mais tarde ainda, por volta do episódio 40, somente Spectroman. Fora do Japão, claro, ele é Spectreman.
Apesar de tantos percalços a série era muito boa, não só por ter falado de preservação ambiental quando ninguém fazia idéia do que era isso, mas por fugir constantemente do maniqueísmo. Muitas pessoas até hoje torcem pelo Dr. Gori e o veêm como o herói do programa (apesar de ser um cientista louco e assassino que usava pessoas e animais como cobaia) e o próprio Spectreman muitas vezes discordava dos Dominantes do Espaço (que eram um pé no saco!), como no clássico episódio em que eles exilam o herói da Terra por ele se recusar a matar pessoas contaminadas por uma peste poluente do Dr. Gori antes que esta se alastrasse, pois significaria ser tão ruim quanto o "vilão".
Questões como essa e outros elementos que dificilmente se encontrariam num programa "para toda família" (como tortura e sucídio) tornaram Spectreman ao mesmo tempo uma série datada, pelos "defeitos especiais" (por exemplo, as vezes quando Gori levantava a cabeça rindo dava pra ver o pescoço do ator debaixo da fantasia) e atual, pelo roteiro (inclusive foi uma das poucas séries do gênero que, mesmo com elenco repleto de criancinhas chatas jamais se tornou menos sério por isso).
A trama chegava mesmo a momentos culminantes dignos de filmes de terror como no famoso episódio do Vampiro Espaço, o mais popular entre os fãs do herói e ironicamente o único onde Gori não aparece. Por sinal o último capítulo onde, após vencer Karas, Spectreman confronta pela última vez o doutor que faz um discurso desconcertantemente insano e sincero e a seguir se joga para a morte, é um dos pontos altos da história dos tokusatsu.
"O Mal é sempre lembrado. O Bem, por outro lado, é tão difícil de ser reconhecido."
Veja também a Parte 1 do Top.
Galera, como hoje não tem Podcast MDM e semana que vem é o Oscar, curtam este ClimaxCast sobre Trilha Sonoras de Filmes.
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