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Gary Friedrich X Marvel: O lado da editora

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Bão, gurizada, vocês lembram que o Hell comentou sobre o processo que a Marvel moveu contra o autor Gary Friedrich (supostamente de birra por ele ter processado ela por causa dos direitos do Motoqueiro Fantasma), e que agora a indústria (na verdade, o proletariado) está com o fiofó na mão por conta das consequências dessa ação (no qual o artista foi proibido de usar o personagem e ganhar dinheiro com ele em convenções), né?


Então, eis que, diferente da maioria dos sites de quadrinhos, o CBR resolveu correr atrás da Marvel para saber a posição da editora sobre o assunto e seus motivos. O Publisher da Marvel Dan Buckley e Joe Quesada concederam uma entrevista ao site. Como é claro que você não leria a entrevista inteira (quem sabe inglês nórdico pode conferir aqui), reúni aqui o que foi dito:

Primeiro, disseram que o processo é na verdade uma consequência do litígio envolvendo os direitos do personagem, que começou em 2007 e Gary perdeu e que, na prática, o que aconteceu é que o processo contra a Marvel foi dispensado e a editora ganhou (dã). Com isso, o que o cara vendeu como se fosse dele passou a ser material não autorizado (como se fosse pirataria), e portanto foi definido que ele teria que pagar à Marvel o valor referente ao que cabe à empresa, uma vez que ficou estabelecido que ela é a dona do personagem. Tudo isso foi decidido no tribunal, é a decisão do juiz (não deles) e que os advogados de Gary concordaram.

Também falaram que a história de que Gary ficou impedido pela Marvel de sequer dizer que tem relação criativa com o personagem é simplesmente balela, tanto que o acordo dá ao autor o direito de assinar HQs do Motoqueiro Fantasma e material de merchandise (desde que oficiais, ou seja, que venham da Marvel), e vender seu autógrafo.

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Disseram também que a contribuição de Gary para com o personagem nunca esteve em questão, e que sabem de sua importância para Motoca, mas ele nunca esteve sozinho nessa. Mike Ploog, o artista original, foi um co-criador e outras pessoas, como Roy Thomas e Stan Lee contribuíram para construir o personagem que conhecemos hoje. E enfatizaram que já existia um personagem de faroeste da Marvel com o mesmo nome (nota: Rider, em inglês, se refere à dirigir e cavalgar algo, não necessariamente "motoqueiro"). Mas, no caso do filme que está para sair, ainda é muito cedo para dizer se os criadores serão creditados (entre outras coisas porque Gary ainda pode recorrer e já outras coisas do processo que eles não estão autorizados a falar).

Por fim, questionados sobre o que isso significa para as commissions e os materiais feitos pelos artistas para vender diretamente em convenções, Quesada foi enfático ao dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra e que não pretendem mudar suas políticas criativas só por causa deste processo. Citou a compra da Marvel pela Disney, que também criou uma celeuma entre diversas partes envolvidas e fãs sobre o futuro da editora, mas que até agora, nada (criativa e administrativamente falando) mudou e encerraram dizendo que não pretendem interferir no relacionamento entre criadores e artistas com seus fãs em convenções.

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Bão, acho que não preciso dar minha opinião sobre esse caso (mas o farei mesmo assim). As leis americanas podem até ser simples, mas o processo jurídico americano é complicadíssimo, se comparado com o nosso. Então é foda fazer algum julgamento. Mas, nesse momento em que vivemos de tentativas de regular a internet com leis severas, é natural que quem faz a indústria de quadrinhos (os roteiristas, desenhistas, arte-finalistas, coloristas, etc) se sintam apreensivos com relação às ramificações deste tipo de incidente. Embora eu não seja do tipo que prefira ficar "do lado" da empresa, acho que não há motivos para se preocupar, pelo menos por enquanto (claro que estou falando com uma visão de fora, já que não faço parte da indústria e não sei o que corre nos bastidores). Mas é claro que nem tudo é preto e branco, nem na vida e muito menos na indústria dos quadrinhos.



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