Marcus Ramone lançou essa idéia lá no Universo HQ. Afinal de contas, como podem tantas editoras reclamarem do baixo número de compradores de quadrinhos ao mesmo tempo que trabalham tão mal a distribuição, divulgação e venda de seu principal produto?
No geral, o meio editorial vive um momento #TENSO. Não dá para comparar com o mercado fonográfico de anos atrás porque as gravadoras passaram a ampliar suas ofertas de trabalho gerenciando até os shows de seus artistas, além de venderem CDs. Afinal, como lucrar com quadrinhos se não for vendendo seu conteúdo? Há dois anos, a pirataria na Europa já representava 35% do mercado, o dobro do ano anterior.
"Vendendo os scans, Búguima!" Pode ser, mas como as editoras que fazem a tradução e distribuição local fariam?
Na teoria, a vantagem para a Panini Comics, Conrad e outras editoras que traduzem e comercializam quadrinhos por aqui seria justamente terem uma estratégia agressiva de vendas. O que vemos é o contrário. Há editoras que sequer têm assessoria de imprensa ou enviam releases sobre seus lançamentos. Há quatro anos eu tento contatar todas as editoras para que nos enviem suas novidades. Algumas enviam releases, outras mandam os lançamentos para resenharmos (mais de 700 quadrinhos já foram divulgados por aqui em resenhas) e há aquelas que nunca retornam e ignoram completamente boa parte dos espaços dedicados aos quadrinhos.
Não é de graça que tem espaço sobre a nona arte que se transforma em site especializado sobre cinema. O meio cinematográfico amadureceu mais rápido e parece mais preocupado em tratar seus aficcionados como clientes e consumidores ao invés de vê-los como fãs.
E o que vemos são problemas para fazer uma assinatura, dificuldades em encontrar a estante de álbuns e a de revistas mensais (para não falar quando ocupam o mesmo espaço) e cada vez menos gente que comercializa o que curtimos, entendendo disso. Ao invés do mercado buscar converter mais leitores em compradores ou colecionadores, fazem cada vez termos menos prazer em adquirir gibis ou álbuns. Parabéns, campeões. E pensar que há três anos o Change e outros aqui já reclamávamos disso.
E pra quem se identifica com o tema: deixe aí nos comentários uma dor de cabeça que te fez desistir de cobrar um álbum ou gibi, que poderia ser evitada. Quem sabe no dia que algumas editoras se preocuparem com monitoramento de redes sociais, elas não pegam sua sugestão? Se existirem até lá...
Bugman quer existir até lá
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