No anos 80 Sylvester Stallone era "o Cara" quando se falava em filmes de ação, mas ele sempre se mostrou preocupado em ir além disso, e esse filme foi mais uma tentativa de ser reconhecido pelo talento dramático...
Em 1987 Stallone se juntou a Stirling Silliphant, roteirista que tinha cancha em filmes mais voltados pra ação, tendo trabalhado com Charles Bronson, Clint Eastwood (na série Dirty Harry) e James Coburn, mas também dava seus pitacos na área do drama, com filmes como Inferno na Torre e Poseidon (filmes "catástrofe" mas recheados de carga dramática), e juntos escreveram o roteiro de Over The Top...
Um drama familiar que mostrava um caminhoneiro, Lincoln Hawk (ou "Falcão" na versão Tela Quente), interpretado pelo Stallas, que via no campeonato mundial de queda de braço a possibilidade de se tornar independente, com o caminhão que era oferecido como prêmio.
No meio disso ele precisa levar o seu filho, que não via há 10 anos, de sua escola militar no Colorado até a Califórnia, onde encontraria a mãe do garoto, que está doente e prestes a morrer. Esse seria o último desejo dela, tentar aproximar Stallas, seu ex-marido, do seu filho.
Mas no meio disso temos o avô mau caráter do garoto, que após a morte da mãe, não aceita que Lincoln, um pé rapado, se reaproxime de sua família rica, e quer impedir que o garoto se reaproxime do pai.
Esse é o pano de fundo pra um filme meloso e piégas do Stallas, mas que ganhou a simpatia da nerdaiada nos anos 80 por mostrar uma história simples, cheia de emoção e superação, tanto no campo físico, com Lincoln tendo de derrotar caras monstruosos no campeonato de queda de braço, como no campo emocional, reconquistando o seu filho na base da garra e da empatia, enfrentando o avô rico que poderia dar ao garoto tudo o que ele gostaria de ter.
Falcão O Campeão dos Campeões, como a maioria dos filmes de Stallone, foi massacrado pela crítica, que viu ali pieguice e más atuações, numa história boba e datada... o filme concorreu ao Faramboesa de Ouro nas principais categorias, e David Mendenhall, que interpreta o filho de Stallone, levou o prêmio de pior ator coadjuvante e pior revelação do ano.
Nas bilheterias também não se deu muito bem, ficando em 4° no seu fim de semana de abertura, perdendo pra Platoon, e pra filmes meia-bocas como Que Sorte Danada e Manequim... No fim do ano amargou apenas a 68ª posição nas bilheterias americanas, num ano concorrido onde tivemos Robocop, Predador, Máquina Mortífera, Um Tira da Pesada 2, Tocaia, Garotos Perdidos e o Sobrevivente, concorrentes diretos de Stallas, todos na sua frente nas bilheterias...
Mas o que deve ter doído no coração de Stallas deve ter sido ver filmes horrívies como TUBARÃO 4 E MESTRES DO UNIVERSO (o He-man de Dolph Lundgren) ficarem à sua frente nas bilhetereichans.
Apesar dos pesares, Falcão se tornou um filme muito popular, transformando a queda de braço numa febre entre a crinaçada na escola, e depois de fazer sucesso nas locadoras e ser exibido na TV, ganhou a simpatia da galera, sendo muito lembrado até hoje.
Ah, a trilha sonora do filme é bem legal, com tema composto pelo grande Giorgio Moroder, além de musicas assinadas por John Wetton do Asia e Sammy Hagar!
E não se esqueçam do maior ensinamento desse filme:
"Quando eu viro o meu boné, é como se eu ligasse um botão... Eu me transformo numa máquina, num caminhão!"
Seja lá o que isso quer dizer... HAEUAHEUAEHAUEHAEUAH!
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