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A gente lemos: Daytripper

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Sim, nós lemos. Não demorou, a resenha é que está atrasada (como tudo neste blog sem vergonha!).


Daytripper é um imbróglio. Escrito e desenhado pela dupla de dois Sailor Moon e Sailor Bá Fábio Moon e Gabriel Bá, foi escrito e lançado pela Vertigo na gringolândia. Por isso mesmo não dá pra chamar de álbum nacional mas... seus autores brasileiros, sua trama passada no Brasil, a narrativa... enfim, é um álbum gringo MESMO? Como gente mais competente do que eu já se meteu a entrar nessa discussão, vou deixá-la de lado e cuidar do álbum em si.

Confesso a vocês que, quando Daytripper chegou nas livrarias e comic shops, eu já estava meio saturado do trabalho dos Gêmeos Maravilha. Ah, sei lá, sabe aquela camiseta de rock que você gosta muito, e depois de usar toda semana um belo dia você olha no espelho e fala - "Porra, essa camiseta de novo?". Então, tava tipo isso. Veja bem, eu gosto do trabalho dos caras (exceto Umbrella Academy, que é uma merda), gosto muito mesmo, mas precisava de uma arejada. Como eu não esperava que essa arejada viesse em Daytripper, meio que caguei pra publicação. Até começar a ler as críticas por aí... Daí não teve jeito, garfei. E não me arrependi.

Daytripper é um álbum com a cara de trabalho dos Gêmeos? É sim senhor. Você reconhece a narrativa deles, os diálogos (que pra mim, alguns são o ponto mais fraco do livro), a temática que eles tanto gostam e claro, o desenho. O que muda, o que diferencia Daytripper dos outros álbuns? Porque foi com ele que os Gêmulos ganharam os dois principais prêmios da indústria gringa de quadrinhos - o Eisner e o Harvey? Uma resposta é que ganharam porque foram produzidos por uma grande editora gringa, a DC. Bala na agulha pra ter ganhado antes, eles já tinham.

Em Daytripper, os Sailors contam a história de Brás de Oliva Domingos, um redator de obituários. Que é filho de um escritor brasileiro mundialmente famoso. Talvez Brás se torne um escritor tão bom quanto o pai, talvez melhor, talvez ele nem seja um escritor de obituários. Porque ele pode morrer antes disso. Ou depois, quem sabe. Porque todo mundo vai morrer, e todos podemos morrer a qualquer momento - Brás também, e o álbum é sobre as suas muitas mortes. Sim, vocês já viram isso antes (talvez até com mais categoria), mas a forma como os irmãos contam as histórias, seus pequenos detalhes, que fazem Daytripper ser grande. Grandemente incrível!

Daytripper é sensacional. Retomando a pergunta que comecei anteriormente, os Gêmeos foram premiados apenas com ele porque, apesar de conter tudo o que eles já se mostraram capazes de fazer (e já haviam feito antes), é nele que os Gêmeos estão em plenitude. A história é boa, bem amarrada e emocionante. Admito que me emocionei, e sei que não fui o único MdM que passou por isso.

Se um álbum consegue fazer chorar dois velhacos deste blog que só sabem reclamar de tudo, então... Cara, você deve pelo menos ler pra saber como é.

Daytripper. De Fábio Moon e Gabriel Bá, Panini Books. 256 páginas, capa dura. R$62,00.


Nota: 9

P.S.: E antes que vocês venham de mimimi dizendo que eu praticamente não falei do álbum em si na resenha, o lance é simples: não dá pra falar do álbum sem estragar a experiência de lê-lo. Não dá mesmo, sem caô. Você vai saber se ler.




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