
Há quinze anos (sim, você está velho), Tom Cruise resolveu relançar uma das franquias mais legal da TV: Missão Impossível. Tanto tempo depois, Protocolo Fantasma não deixa de ser um grande triunfo do ator-produtor em acreditar por tanto tempo na série.
Repare: Missão Impossível era, no máximo, um filme legalzinho de uma franquia clássica. Contava não só com Tom Cruise, mas também com um elenco de "estrelas B" como Jon Voight, Jean Reno, Emilio Estevez (meu sonho é ver um filme do Bugman com esse cara no papel principal) e Kristin Scott Thomas. O consagrado Brian De Palma parecia engessado demais em respeitar os interesses comerciais gerando um filme pouco ousado, mas competente.
Daí, Missão Impossível 2 parecia indicar que a franquia não ia longe em uma produção que apostava totalmente no carisma de Cruise e na direção de John Woo. Boas cenas de ação, mas um resultado pior que parecia indicar que aquilo ali não podia ir muito longe além do inevitável terceiro filme para fechar uma trilogia. E foi aí que veio J.J. Abrams e o terceiro filme, ainda o melhor da série cinematográfica. O cara por trás de Lost, Fringe e você, recriou totalmente o universo passando a tornar os filmes de ação mais dramáticos com personagens menos bidimensionais.

Missão Impossível 4 - Protocolo Fantasma é a consolidação da parceria Cruise - Abrams (desta vez, JJ atua como produtor deixando a direção para o ótimo Brad Bird) em um filme que não supera Missão Impossível 3, mas ainda é bem superior aos dois primeiros filmes. O agente Ethan Hunt se vê envolvido em uma conspiração para deflagrar uma guerra nuclear e precisa impedí-la sem nenhuma ajuda da IMF (Impossible Mission Force). Desta vez, o cara conta apenas com a equipe formada por Brandt (Jeremy Renner), Benji (Simon Pegg) e Jane (Paula Patton).
A direção de Bird (Os Incríveis) mantém o nível do último filme com cenas de ação mais surpreendentes - o que não é fácil nessa franquia - e uma boa dose de reflexão e drama. Na era em que coisas como Velozes e Furiosos são consideradas cinema, é ótimo ver uma aventura cinematográfica que não ofenda a inteligência de ninguém.
Muita gente comentou que a inclusão de Jeremy Renner teria o objetivo de inserir um substituto para Ethan Hunt nos próximos filmes já que Cruise não deve continuar como protagonista. Renner se sai bem em tudo o que a série exige: é melhor que seu antecessor nas cenas dramáticas e se sai bem nos momentos de ação. Conseguiu alternar os momentos de humor com o ótimo Simon Pegg na primeira metade da história.
Quem se sai mal é Paula Patton, que já não havia ido tão bem quando a vi pela primeira vez em um capítulo de Law & Order: SVU. Ela é o ponto fraco dos coadjuvantes com uma atuação pouco convincente ou carismática e muito oscilante. É difícil se emocionar com sua personagem, seja quando ela toma tiros ou sofre a perda de um ente querido. Uma pena porque se no último filme conhecíamos mais da vida pessoal de Hunt, Missão Impossível 4 abre espaço para os coadjuvantes aparecerem. Se Paula não aproveitou, Renner e Pegg mandaram bem.

Desta vez, tudo parece apontar que Missão Impossível 4 - Protocolo Fantasma é mesmo um filme de transição, até mesmo na (patética) cena final que indica que Hunt assumirá um papel menos ativo nas cenas de ação. Nada mais justo. Cruise deve ter mais de 50 anos no próximo filme e a produção teve a sensibilidade de colocar um Hunt cheio de energia, mas começando a se cansar dessa vida de escaladas improváveis, saltos perigosos, lutas radicais e afins. O ator parece se sentir bem confortável no papel de mentor da nova geração.
Seja como for, Missão Impossível 4 é a confirmação de que a franquia ainda tem muito para dar. Mal posso esperar pelo próximo filme.
Nota: 8
Bugman já foi um agente secreto em vidas passadas
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