Quantcast
Channel: Melhores do Mundo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 7273

Liga da Justiça osso duro de roer, pega um pega geral, também vai pegar você?

$
0
0
null

Parece que as polêmicas envolvendo as decisões editoriais no que se refere ao reboot estão longe de acabar. Depois do Bátema e da Mulher Gato dando uma, de um bebê ISPRUDIDO em BH, da Estelar vagaba e dos vilões bombadões, mais uma vez a violência extrema nas HQs é alvo de crítica.


Desta vez é o blogueiro do Robot 6, blog do Comic Book Resources, que a partir da leitura de Aquaman 2, Justice League 3 e Green Lantern 3 percebeu um padrão curioso: Os heróis da Liga pós-Reboot usam força letal e não se preocupam em estripar, mutilar e inclusive MATAR sem dó nem piedade seus inimigos.

Entre as cenas comentadas pelo cara temos Aquaman e Mera descendo o sarrafo nos vilões chamados "The Trench"...

null


null


null


...Lanterna Verde cagando para os direitos humanos alienígenas (se é que eles têm direitos) e ixprudindo a cabeça do lanterna amarelo em BH...

null


...E o Superman botando para fuder com os Parademônios do Darkseid, inclusive destroçando um como quem destroça um peru durante uma ceia de Natal.

null


null


null


Embora o cara admita que, em alguns casos, podemos dizer que os vilões eram monstros e por isso aqui matar "não dá nada" (vale lembrar que usaram essa desculpa no passado, se não me engano em Odisséia Cósmica, quando o Bátema mata um alien e ele diz que havia jurado nunca tirar uma vida HUMANA), ele cita uma série de questões (como o caso dos vilões do Aquaman serem aparentemente inteligentes, já que possuem linguagem) que fazem com que essa "desculpa" não cole.

Olha, em primeiro lugar, violência é a base dos quadrinhos de super-herói. Sempre foi. Mostrar mais ou menos sangue não muda o fato de que os heróis ainda tentam salvar o mundo batendo em bandidos ao invés de enfrentar os problemas de verdade (até porque nunca foi essa a intenção dos quadrinhos). Em segundo lugar eu acho que o blogueiro não atentou para outra "tendência" nestas 3 histórias: A de que todos os vilões em questão são "monstros" (no sentido de não serem seres humanos). O que isso muda? Bom, na prática, nada. Mas dentro de uma concepção dualista de vida, faz toda a diferença.

É mais ou menos como pensar porque histórias de casas mal-assombradas, demônios, zumbis e fantasmas fazem tanto sucesso: simplesmente porque é um "mal" que pode ser erradicado sem dó nem piedade, pois não estamos lidando com seres humanos (no sentido "vivo" da palavra), que têm sentimentos e podem ter motivos até justificáveis para fazer o que quer que estejam fazendo. Isso é parte da dicotomia bem/mal que é tão enraizada no nosso pensamento ocidental. É uma forma de catarse, onde a gente se sente bem vendo o zumbi se fuder porque ele não é um "ser humano". Se fosse, em algum momento poderíamos nos perguntar por que a pessoa faz o que faz, ou em algum momento acabarmos até entendendo suas motivações, o que já começa a criar áreas cinzas, que podem fazer a cabeça do espectador/leitor médio/Frank Miller explodir. Quando combatemos monstros, não precisamos sentir piedade, não precisamos ter clemência. Não precisamos ficar com peso na consciência.

Porque eu estou dizendo tudo isso? Ora, não faço a mínima ideia porque agora parece claro o que a DC está fazendo em suas histórias: Está voltando a deixar bem nítida a linha entre o bem e o mal, voltando a deixar as histórias "preto e branco", para que assim os leitores possam apreciar grandes doses de violência e morte (que os fanboys adoram) sem culpa, já que seus heróis favoritos estão destroçando "monstros". Quase um revival dos pulps (os "pais" das histórias de super-herói). Mais uma vez, catarse.

Ok, eu sei que alguns de vocês vão dizer "mas o Superman não mata", "isso tira a essência dos personagens" e coisas do tipo. Bom, o original, da era de ouro, matava, assim como o Batman. Para quem viveu nos anos 60, o Batman de verdade era o da série de TV. Essas eram as "essências" dos personagens nestas épocas. Hoje, a situação é outra. Se eu concordo com isso? Não, não concordo (ver um Superman violento assim não me agrada; até porque assim ele inspira mais medo do que confiança - mas eu não vou entrar no mérito da questão). So que isso não faz a mínima diferença, o reboot não é feito para mim que cresceu assistindo Goonies. É feito para a geração que joga God of War e Assassin's Creed. Se essa geração "comprar" essa nova "essência" dos heróis da DC, eles vão continuar assim por muito tempo, até que percam o gás de novo, como sempre acontece. E assim caminham os quadrinhos americanos.

Mas se vocês querem saber minha opinião mesmo (certo que não, mas vou falar mesmo assim), acho que tudo isso é muito barulho por nada, principalmente depois do Superman ter matado os criminosos Kriptonianos (e mais recentemente uma pá de superseres de outro universo na mini Superman Beyond da Crise Final), a Mulher Maravilha ter matado Maxwell Lord QUEBRANDO O PESCOÇO dele, e dos Guardiões terem autorizado os Lanternas a usarem força letal durante Bleiquésti Blackest Night. E tudo isso ANTES do reboot, ou seja: o que quer que tenha "acontecido" com os quadrinhos para eles mudarem e se tornarem irreconhecíveis para as gerações mais velhas, esse barco já zarpou faz tempo...



Posts similares:
DC na ponta novamente!
Liga da Justiça poupando titulares?
Boataiada sobre o filme da Liga!

* Quadrinhos - InterNey Blogs - InterNey.Net



Viewing all articles
Browse latest Browse all 7273