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FIQ a vontade! Parte II - E aí?

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E a sétima edição do maior evento de quadrinhos da América Latina se desenvolveu e chegou ao fim. Bora saber o restante de como foi?


E quando eu digo maior evento de quadrinhos da América Latina, temos de pensar exatamente o que define a grandiosidade de um evento. Porque, meu amigo, a edição deste ano do festival recebeu nada mais que 148 mil pessoas. Sim. CENTO E QUARENTA E OITO MIL pessoas passearam pela Souzaria Serra Pinto, Serraria Souza-Pinto durante os cinco dias de evento. Sabe o que isso representa, negada? O dobro do número de pessoas que visitou o evento na edição anterior e mais do que o número de visitantes da San Diego Comic Con. Anh? Anh? Tá pensando que o FIQ é pouca coisa?



Inclusive, as principais reclamações tem-se direcionado justamente a isso: em muitos momentos, a Serraria ficou completamente lotada, um calor do cão, difícil de andar e coisa e tal. Aí muita gente reclamou, sugeriu que cobrassem entrada, que limitassem o público, "um absurdo essas crianças analfabetas e desrespeitosas circulando no FIQ". E eu vou te dizer: isso não passa de mimimi. Digo mais, nas palavras do Daniel Werneck, curador do evento, isso é mimimi de quem não entende o sentido do FIQ.

Clica aqui que amplia!





Primeiro, porque não tem a menor, mais distante ou insólita razão para um evento da Fundação Municipal de Cultura cobrar ingresso (de coração, todos os eventos culturais deveriam ser gratuitos, mas vá lá, vamos dar um desconto). Além do que, cobrando ingresso, quem ganha? Mais importante, quem DEIXA de ganhar? Muita gente. Todas aquelas crianças que mal viram antes um gibi na vida, e que puderam não só conhecer essa forma de arte, como conhecer quem faz essa arte são os futuros leitores de amanhã. Parece piegas? Parece, mas é real. Nos cinco dias do evento, eu perdi as contas de quantas excursões escolares eu vi passeando pra lá e pra cá. Gente vinda de escolas de BH, da região metropolitana e até de outras cidades um pouco mais distantes, como Ouro Preto! Nada disso seria possível com a cobrança de ingresso. Lembra um tempo em que o seu pai comprava um gibi pra você porque era baratinho? Pois é. Quantos pais levaram os filhos ao FIQ porque era de graça? Quantos não levariam se fosse cobrado? Cobrar ajuda a diminuir a superlotação? Ajuda. Mas o custo disso é seguir elitizando e restringindo o acesso à cultura. E é um custo alto demais da conta, na minha opinião.

O estúdio ao vivo: "Moço, desenha o Naruto?" "Moço, desenha o Mickey pelado?"


Deixando de lado o desabafo, o FIQ, com lotação, com calor, com fila pra tudo, foi sensacional. SENSACIONAL! Andam dizendo por aí que foi histórico, e eu acho que é a palavra certa. Eu não canso de me maravilhar com a possibilidade de, numa fila da cerveja ou numa observada de exposição, trombar com um artista que você admira ou conhece o trabalho, e poder trocar uma ideia bacana. Muito disso acabou sendo registrado por um de nossos falecidos membros, o pequeno Mallandrox, em entrevistas que vocês ouvirão em breve.

Os Cafaggi Brothers


Em retrospecto, neste FIQ eu voltei pra casa com menos HQ's na mochila - mas também eu estava menos disposto a gastar dinheiro (são os dramas da vida adulta...), em contrapartida, fiz ou sedimentei muito mais amizades, conversei com mais pessoas cujo trabalho admiro e tive a grata surpresa de saber que algumas destas mesmas pessoas também acompanham meu trabalho e gostam dele. Quando penso nisso, me sinto muito mais recompensado do que se tivesse comprado um caminhão de gibis (mesmo porque os descontos nem estavam assim tãããããão atrativos).

Entre as atrações dos três últimos dias, além das avaliações de portfólio (pela primeira vez estiveram presentes caça-talentos da Marvel, da DC, de editoras europeias e manhwazeiros), tivemos também o painel da DC e o estreante painel da Marvel.

O painel da DC (da direita pra esquerda: Larry Ganem, Érico Assis, Ivan Reis, Joe Prado e Eddy Barrows)


O público no painel da DC: arena LOTADA!


O painel da outrora conhecida como melhor editora do mundo, contou, como já sabido por aqui, com Larry Ganem no lugar de Eddie Berganza, acompanhando Ivan Reis, Joe Prado e Eddy Barrows (substituído aos 12min do segundo tempo por Ig Barros, por causa de fortes dores). E eu te digo que a substituição (Ganem/Berganza) foi muito bem vinda. É fato que bem pouco vai ser "revelado" num painel destes (mais do tempo o que se seguiu foi uma apresentação de alguns títulos dos Novos 52), então, se nada vai ser dado, o melhor é que o apresentador seja um fanfarrão expansivo, engraçado e comunicativo, para pelo menos levar a (imensa) platéia na flauta. Ganem é um showman muito mais eficiente que Berganza, não há dúvidas. Com muita tranquilidade e cara de pau, se esquivou com estilo (distribuindo encadernados) de perguntas sobre o futuro de Watchmen, a mulher misteriosa nas HQ's do reboot e outras incoerências. O painel foi pouco produtivo, mas bastante divertido.

O painel da Marvel xexelenta: Matt Fraction, Kelly Sue, Érico Assis, CB Cebulski, Will Conrad e Mike Deodato


No outro canto do ringue, o painel da Marvel. Bem, tomando cerveja com o refalecido Ultra, preciso confessar a vocês que me esqueci completamente do painel. Isso que dá juntar dois DCnautas, perdemos o painel daquela editora de segunda. Mas, conforme o próprio Afonso Andrade, na mesa composta por CB Cebulski, Mike Deodato, Matt Fraction, Kelly Sue e Will Conrad, houveram alguns anúncios oficiais (nada de muito relevante, mas vá lá): 1) Avenging Spider-Man terá edições solo por Leinil Yu, Greg Land e por um artista que voltará para a Marvel (será o George Pérez?)! (óh!) e 2) Mitch Breitweiser em Punho de Ferro nos Defensores, com Matt Fraction (óh! óh!). Pode até ter sido um painel mais informativo, mas com aqueles personagens que a Marvel tem, mais divertido não deve ter sido! (Bwahahahahahaha)

A molecada curtiu a exposição do Tio Maurício


Enfim, na noite de domingo a festa se acabou-se a si mesma. E não teve quem não se divertisse (teve sim, os mimimizentos) - até a dona patroa, que é a anti-nerdice encarnada, passou por lá e curtiu. Pena que é quase tão curto quanto o Carnaval mas, diferente dele, o FIQ é só de dois em dois anos. Quem foi foi, quem não foi... presta atenção no próximo, benino! E como diria o @marcomerlin:
Vamos fazer um abaixo assinado pra transformar o Relógio da Copa em Relógio do FIQ. "Faltam 728 dias para o FIQ 2013!"

Em sua primeira edição sem a intervenção direta da Casa 21 (que agora cuida da Rio Comic Con) o FIQ mostra que tem muita condição de seguir caminhando com as próprias pernas, que está crescendo e acompanhando, pari passu, o momento dos quadrinhos no Brasil. Isso só não vê quem não quer (e as grandes editoras também, mas essas não enxergam nada mesmo...)



O já tradicionalíssimo desenho ao vivo!


Pra fechar, um abraço a todos os leitores que eu encontrei por lá, que vieram trocar ideia, bater papo, xingar o Malladrox... Até cachaça eu ganhei de uma galera do nordeste! Valeu moçada!

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